O espetáculo musical “A Cor Púrpura” chega a Belém para quatro apresentações no Theatro da Paz, depois de temporadas de sucesso no Rio de Janeiro e em São Paulo. A primeira sessão ocorre nesta sexta-feira, 1º, às 20h. No sábado, 2, serão duas apresentações, uma às 15h e outra, às 20h, e no domingo, 3, às 17h.
O espetáculo é baseado no livro de Alice Walker, ganhador do prêmio Pulitzer, e no filme de Steven Spielberg. O texto inspira profundas reflexões ao narrar a trajetória de Celie, uma mulher negra que enfrenta adversidades e desafios no sul dos Estados Unidos durante a primeira metade do século 20. A produção se destaca ainda pela trilha sonora exuberante, que mistura gospel, jazz, ragtime e blues, capturando a essência da época. Também pela jornada da personagem, marcada pela superação de profundas questões sociais atemporais, como desigualdade, racismo, machismo e violência contra a mulher.
Diretor do espetáculo é conhecido na cena dos musicais
Dirigido por Tadeu Aguiar, com versão brasileira de Artur Xexéo, e um elenco de 17 atores, o espetáculo traz cenário e figurinos espetaculares. Esta temporada comemora cinco anos de sucesso da montagem brasileira, com apresentações produzidas para tocar e emocionar plateias pelo Brasil.
É o que comenta o ator Wladimir Pinheiro. “O grande prazer de fazer ‘A Cor Púrpura’ é saber o quanto o espetáculo toca o coração das pessoas. Saber como ele toca o coração da plateia ou da nossa equipe, nos bastidores, e até da gente mesmo que está em cena todos os dias, contando essa história. E mesmo sendo a mesma narrativa todos os dias, ela é contada de uma forma especial a cada apresentação”, afirma.
O ator, que também é cantor, músico, compositor e vencedor do Prêmio Shell, na categoria de Melhor Música 2020, diz que já esteve no palco do Theatro da Paz em outra oportunidade. Ele conta que será um prazer estar em Belém mais uma vez. “É a realização de mais um sonho de vida retornar a esse palco do Theatro da Paz. O espetáculo vai ser mais especial ainda porque eu, enquanto artista brasileiro, reverencio esse teatro. Entendo o tamanho e a importância desse templo da cultura nacional. É um dos teatros mais lindos do mundo onde eu já pisei. É uma obra de arte. E o público de Belém, por conta disso, é um público muito especial, que conhece arte e se interessa. E que tem uma sensibilidade muito apurada”, diz Wladimir Pinheiro.
Atores celebram circulação nacional de “A Cor Púrpura”
Sair em turnê com o musical desperta no ator o olhar sobre os mais diversos lugares já encontrados. “É maravilhoso circular com esse espetáculo e ter essa oportunidade de levá-lo ao máximo possível de pessoas e públicos diferentes, com outras vivências e culturas diferentes. É incrível e um prazer imenso ver a reação de cada público, os sotaques de cada lugar”, considera Wladimir Pinheiro.
A atriz Suzana Santana, que interpreta a protagonista de “A Cor Púrpura”, também fala da importância capa levar essa história a outros públicos. “Circular com esse espetáculo é um presente. Uma alegria a gente poder sair desse circuito Rio-São Paulo, que é onde acontecem muitos espetáculos, mas a gente queria que o Brasil inteiro conhecesse esse espetáculo, como outros também. Então, fico muito feliz de poder estar levando essa história para muitos outros lugares. E principalmente para Belém, um lugar que eu fui pouco, mas que tem coração. As pessoas já estão mandando mensagens para a gente desde que souberam que a gente está chegando. Então eu tenho sentido uma energia muito boa com esse encontro com Belém do Pará e estou muito feliz.”
“Fico muito feliz de poder estar levando essa história para muitos outros lugares. E principalmente para Belém, um lugar que eu fui pouco, mas que tem coração.”
Momento é “extraordinário” para teatro musical, diz diretor
O diretor de “A Cor Púrpura”, Tadeu Aguiar, que atuou em diversas novelas, peças, seriados e casos especiais da tevê brasileira, é um dos grandes nomes da área de musicais. Estreou com Bibi Ferreira o espetáculo “Bibi in Concert”, no Palácio das Artes (BH), acompanhado pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Também com Bibi Ferreira, fez “Bibi Canta Piaf” com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Já com o espetáculo “Quase Normal”, de Tom Kitt e Brian Yorkey, recebeu o maior número de indicações e prêmios da história do teatro musical no Brasil.
“É um momento extraordinário, em que muitos musicais estão sendo produzidos ao mesmo tempo. O público ama musical porque ele encontra um tema neles que geralmente agrada, uma cenografia e uma produção sempre exuberante, e a música que é tocada por uma orquestra. Então, acho que a gente tem num espetáculo, o encontro da dança, do teatro e da música”, resume o diretor.
Teatro não vai acabar nunca, diz diretor do espetáculo
Para Tadeu Aguiar, sempre, no Brasil, houve momentos muito importantes do teatro musical. “Desde do teatro de revista, há muito tempo. Depois, Bibi Ferreira fez muitos musicais e depois, Marília Pêra também. Então, eu acho que o Brasil é um país musical e dos espetáculos musicais, tanto é que isso pode ser demonstrado na diversidade da nossa obra musical”, considera.
“O teatro vai ser a única maneira de o homem se encontrar com ele mesmo, de ouvir os seus problemas e discutir os seus anseios. Por isso nunca vai acabar.”
Em tempos de redes sociais e Inteligência Artificial, o diretor acredita que o teatro não será uma arte ultrapassada. “Acho que a única coisa que não vai acabar ou ser ofuscada com a inteligência artificial é o teatro, porque ele vai ser a única maneira de o homem se encontrar com ele mesmo, de ouvir os seus problemas e discutir os seus anseios. Então, o teatro é o que vai representar a gente sempre em cena, por isso, acredito que ele nunca vai acabar”, diz o diretor do espetáculo “A Cor Púrpura”.