MEIO AMBIENTE

G20 em Belém: grupo vai definir pauta sobre redução de riscos de desastres

Conheça o papel de Jader Filho nas discussões do G20 sobre resiliência e redução de riscos nas cidades brasileiras.

O ministro das Cidades, Jader Filho, é um dos principais interlocutores do governo brasileiro sobre temas ligados às experiências no Brasil que focam na resiliência e redução de riscos nas cidades.
O ministro das Cidades, Jader Filho, é um dos principais interlocutores do governo brasileiro sobre temas ligados às experiências no Brasil que focam na resiliência e redução de riscos nas cidades.

As reuniões preparatórias para a Cúpula do G20 chegam na reta final e decisiva. O encontro de líderes mundiais vai acontecer nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, quando chefes de Estado e de Governo vão aprovar os acordos negociados previamente ao longo de todo este ano, tanto em reuniões presenciais quanto virtuais, nas cidades-sede das cinco regiões do Brasil. Os consensos globais abordam temas ligados à saúde, finanças, educação, redução do risco de desastres, entre outros definidos pelos países membros em uma extensa pauta.

O ministro das Cidades, Jader Filho, é um dos principais interlocutores do governo brasileiro sobre temas ligados às experiências no Brasil que focam na resiliência e redução de riscos nas cidades.

Nesta terça-feira, 29, o ministro participou da Reunião Anual do G20 PLIC 2024. O evento, realizado em formato híbrido, ocorre paralelamente ao encontro do Grupo de Trabalho de Redução de Riscos de Desastres do G20 e é uma iniciativa dos ministérios das Cidades e das Relações Exteriores, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e ONU-Habitat.

A reunião contou com a participação dos membros dos grupos de trabalho do G20 nas áreas de Desenvolvimento e de Redução do Risco de Desastres. Em debate, o papel das cidades intermediárias (aquelas com população entre 50 mil e até 1 milhão de habitantes) na promoção de um desenvolvimento mais sustentável, resiliente e igualitário. A estimativa é de que 62% da população mundial vive atualmente em cidades intermediárias, o que reforça o papel dessas cidades como centros de ligação entre áreas rurais, cidades pequenas e grandes centros.

Os integrantes do grupo G20 PLIC 2024 debateram sobre as principais iniciativas em curso, no nível local, para atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e potencializar um desenvolvimento sustentável e inclusivo nos territórios.  

Na reunião realizada ontem, foram abordados dois temas principais: o papel de tecnologias agrícolas para acabar com a fome e garantir neutralidade em carbono e a implementação de estratégias de redução de riscos de desastres e maior resiliência em cidades intermediárias.

REUNIÃO EM BELÉM

Completando a agenda da semana, Belém sedia, a partir desta quarta, 30, o Encontro de Alto Nível e a Reunião Ministerial sobre Redução de Risco de Desastres, evento que se estende nos dias 31 de outubro e 1º de novembro. A reunião ganha especial relevância diante das crescentes preocupações com mudanças climáticas e seus impactos socioeconômicos.

De acordo com o ministro das Cidades, Jader Filho, que é um dos coordenadores do encontro, a meta é estabelecer diretrizes comuns para prevenção e resposta a catástrofes naturais que têm se intensificado pelo mundo. Em encontro presencial, os debates do Grupo de Redução de Riscos de Desastres do G20 vão debater questões críticas relacionadas à gestão de crises e catástrofes em escala global. O grupo é responsável pela formulação de um planejamento mundial para a redução de riscos de desastres naturais.

O resultado desses debates será levado para a Cúpula do G20, presidida neste ano pelo Brasil. O encontro dos líderes mundiais vai acontecer nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. As prioridades estabelecidas estão alinhadas com o Quadro de Sendai, a Nova Agenda Urbana, o Acordo de Paris e a Agenda 2030.

‘Precisamos tornar nossas cidades resilientes’

O ministro Jader Filho lembra que o grupo de Redução de Riscos e Desastres no G20 desempenha um papel fundamental na promoção da segurança global, prevenção de desastres e construção de sociedades mais resilientes. A presença deste tema na etapa de preparação da pauta da Cúpula reflete o reconhecimento da urgência e da importância estratégica dessas questões no contexto internacional, lembra o ministro.

“Tudo o que temos visto em nosso país e no restante do mundo, seja no Rio Grande do Sul, com o excesso de águas, ou a seca na Amazônia, ou até mesmo o que estamos vendo na Flórida, é o que podemos chamar de ‘novo normal’. Para enfrentar esses desafios, precisamos tornar nossas cidades mais resilientes, sustentáveis e preparadas para esses eventos climáticos”, analisou.

Jader Filho lembrou que os municípios que passarem por situações de risco serão atendidos o mais rápido possível pelo Ministério das Cidades, que conta com orçamento de aproximadamente R$ 17 bilhões disponibilizado pelo Novo PAC.

Os debates terão como meta principal a adoção de medidas para aumentar os investimentos públicos e privados para enfrentar riscos de desastres. O objetivo é montar um banco de dados com boas práticas reconhecidas ao redor do mundo e possibilitar o compartilhamento de soluções bem-sucedidas no enfrentamento de desastres entre os países do G20.

A pauta apresentada pelo Brasil sobre esse tema inclui como prioridades, o combate às desigualdades e redução das vulnerabilidades; cobertura global dos sistemas de alerta precoce; infraestruturas resilientes a catástrofes e às alterações climáticas; estratégias de financiamento para redução do risco de desastres; recuperação, reabilitação e reconstrução em caso de desastres; e soluções baseadas na natureza.

Cada um dos itens incluídos como prioridade pelo Brasil será debatido por grupos divididos sobre os seguintes temas:

  • Desenvolvimento Sustentável: Ao integrar a redução de riscos e desastres na agenda do G20, o grupo contribui para a promoção do desenvolvimento sustentável. Estratégias eficazes de gestão de riscos não apenas protegem vidas e propriedades, mas também preservam os avanços socioeconômicos, garantindo a continuidade das atividades produtivas e a sustentabilidade a longo prazo;
  • Resposta Rápida e Coordenada: A existência desse grupo permite a criação e aprimoramento de mecanismos de resposta rápida e coordenada. Diante de desastres naturais ou crises emergenciais, a troca de informações e a coordenação entre os países do G20 agilizam a mobilização de recursos, equipes de resgate e assistência humanitária, minimizando os impactos negativos nas regiões afetadas;
  • Inovação e Pesquisa: O G20, por meio desse grupo, impulsiona a inovação e a pesquisa no campo da redução de riscos e desastres. Ao compartilhar conhecimentos científicos e tecnológicos, os países podem desenvolver em conjunto soluções mais avançadas para prever, prevenir e lidar com situações de emergência, contribuindo para a constante melhoria das práticas nesse domínio;
  • Conscientização Global: O grupo de Redução de Riscos e Desastres no G20 desempenha um papel crucial na conscientização global sobre a importância da preparação para desastres. Ao destacar a relevância dessas questões em uma plataforma de liderança global, promove-se uma cultura de prevenção e resposta eficaz, incentivando a sociedade a se engajar ativamente na construção de comunidades mais resilientes.