Um estudo publicado na revista científica The Lancet Neurology revelou que 15% dos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) no mundo ocorrem em adultos, com idades entre 18 e 45 anos. No Brasil, essa realidade não é diferente. Segundo a Rede Brasil AVC, 18% dos casos de derrame cerebral afetam esta mesma faixa etária.
O Acidente Vascular Cerebral é caracterizado pelo bloqueio ou redução do fluxo sanguíneo ao cérebro, responsável pela morte das células da região cerebral atingida. Existem dois tipos principais da doença: o AVC isquêmico (AVCI) e o AVC hemorrágico (AVCH). O primeiro representa 80% dos casos e está relacionado ao bloqueio do fluxo arterial por um coágulo ou placas de gordura. Já o segundo caso ocorre devido ao rompimento de vaso sanguíneo, causando hemorragia no tecido cerebral. É um tipo menos comum e mais grave da doença.
Entre janeiro e agosto de 2024, mais de 39 mil brasileiros perderam a vida devido complicações do AVC, uma média de seis óbitos por hora. De acordo com a neurologista da Rede Brasil AVC, Thaís Leite Secchi, o aumento da incidência do AVC ocorre devido ao estilo de vida acelerado da população atual, que envolve hábitos pouco saudáveis, como inatividade física, obesidade, fumo, uso excessivo de bebidas alcoólicas combinados a uma alimentação inadequada. Em contrapartida, 90% dos casos da doença podem ser evitados através da prevenção desses fatores de risco.
“No mundo todo, os casos de AVC duplicaram nos últimos trinta anos por causa dessa carga de fatores de risco que não estão sendo prevenidos. A prevenção vai envolver o controle dos fatores de risco e o uso de medicamentos para a pressão arterial quando forem indicados por um médico. Então, é preciso controlar o nível elevado de colesterol e diabetes, mas a gente sabe que a hipertensão arterial é o principal fator de risco, mais de 40% dos casos está relacionado à hipertensão”, explica.
Fraqueza, paralisia de um lado do corpo, dificuldade de fala ou entendimento, confusão mental, perda de visão ou equilíbrio e forte dor de cabeça são os principais sintomas de um Acidente Vascular Cerebral. “Ao apresentar sintomas da doença a pessoa deve ser levada o mais rápido possível para atendimento. Quanto mais rápido for atendida, maiores são as chances de diminuição das sequelas”.
Entre as consequências do AVC estão tanto as sequelas físicas como as cognitivas. “Fazer check-ups e medir a pressão arterial de forma regular ajuda a prevenir o AVC. Além disso, é preciso praticar atividades físicas, ter uma dieta saudável, parar de fumar, reduzir o consumo de álcool, controlar o diabetes e tratar de doenças cardíacas”, conclui a neurologista.