A catarata – doença ocular que afeta o cristalino, a lente que fica atrás da íris do olho – atinge cerca de 65,2 milhões de pessoas no mundo, segundo dados de 2019 do mais recente relatório global sobre saúde da visão feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os principais sintomas são sensação de visão embaçada ou com névoa, sensibilidade à luz e alteração da visão de cores.
Existem cinco tipos de catarata: senil, mais comum, ocorre em pessoas idosas; congênita, quando a criança já nasce com catarata por doenças como rubéola e a toxoplasmose durante a gravidez; traumática, em acidentes com os olhos; do diabético, que ocorre em idade mais precoce e com perda visual mais rápida que na senil; e a secundária a medicamentos, como os corticoides quando usados em longos períodos.
País registra 550 mil casos por ano
Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), surgem cerca de 550 mil novos casos no Brasil por ano. De acordo com o médico oftalmologista Said Naif Daibes Neto, a catarata está relacionada, na maioria dos casos, ao envelhecimento, quando o cristalino perde a transparência e a flexibilidade, o que torna a visão embaçada, explica.
“Uma boa alimentação rica em antioxidantes, alimentos verdes e evitar a exposição solar excessiva podem ajudar a retardar o seu desenvolvimento, já que não há medidas garantidas para evitá-la”, reforça o profissional.
O médico oftalmologista destaca que não há outro tratamento a não ser a cirurgia que retira o cristalino opaco e introduz, no lugar, uma lente intraocular que devolve a visão normal ao paciente. “É uma cirurgia rápida e simples, mas muito delicada que requer muita atenção e materiais específicos para sua realização”, ressalta.
Recentemente, mais de 20 pacientes ficaram com sequelas após realizarem cirurgias de catarata, entre junho e julho deste ano, na Clínica São Lucas, em Belém. Said Naif pontua que a primeira coisa a se atentar na hora da realização de procedimentos como este, é verificar se a clínica é registrada no Conselho Regional de Medicina (CRM), se possui as certificações em dia assim como junto à Vigilância Sanitária.
“No entanto, hoje em dia é contra indicada a realização de cirurgia em mutirões, há vários estudos evidenciando que quanto maior o números de cirurgias realizadas ao dia, maior o cansaço da equipe por conta da grande carga de trabalho”, avalia.
A catarata é responsável por 51% dos casos de cegueira no mundo, o que representa 20 milhões de pessoas, de acordo com a OMS.