GERSON NOGUEIRA

Paysandu x Operário (PR): Para exorcizar fantasmas

Paysandu enfrenta o Operário em busca de uma vitória decisiva para se afastar da zona de rebaixamento. Saiba mais sobre esse jogo

O Paysandu faz um jogo decisivo neste domingo. Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu
O Paysandu faz um jogo decisivo neste domingo. Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

Sob a pressão dos outros resultados da rodada, envolvendo times que estão logo abaixo na classificação, o PSC encara o Operário neste domingo, em Ponta Grossa (PR), com um só objetivo: alcançar uma vitória para se afastar do Z4. As contas são bem conhecidas: com 36 pontos, o time de Márcio Fernandes precisa conquistar mais três vitórias para se salvar.

O Operário surge no horizonte como um adversário difícil de ser batido, principalmente porque voltou a acreditar na possibilidade de acesso à Série A. A vitória sobre o Sport fora de casa na rodada passada surpreendeu e entusiasmou a torcida, que deve lotar o estádio Germano Krüger.

Ao Papão resta brigar pela vitória, a fim de evitar entrar para o Z4 num momento delicado e decisivo da competição. Ao mesmo tempo, o empate não pode ser considerado um mau resultado, permitindo pelo menos manter a posição atual na tabela.

Sem poder contar com Nicolas (suspenso) e Jean Dias, lesionado, o técnico alviceleste optou por um ataque de perfil rápido, apto a explorar o contra-ataque. Paulinho Boia, Ruan Ribeiro e Borasi são jogadores que já atuaram juntos em situações específicas de jogo.   

No meio-de-campo, João Vieira, Netinho e Robinho terão a missão de controlar as ações do Operário, que conta com bons jogadores de aproximação e um ataque eficiente. Mostrou isso contra o Sport, na Ilha do Retiro, resistindo à pressão e saindo com perigo nos contragolpes.

Um dos trunfos do Papão é a movimentação pelos lados, com a dobra de laterais e ponteiros. Na direita, Edilson e Paulinho. Na esquerda, Bryan Borges e Borasi. Funcionou bem nos jogos recentes e pode ser uma arma poderosa para explorar os espaços permitidos pela defesa paranaense.

A ousadia tem sido premiada na Série B, que entrou definitivamente na fase de definição, o que vem proporcionando alguns resultados surpreendentes, causados pelo esforço de superação das equipes para alcançar o pelotão de cima ou escapar das últimas posições.

Para um jogo que é visto naturalmente como desfavorável, seria oportuno que o PSC optasse por um jogo mais agressivo, capaz de confundir o sistema de marcação do Fantasma. Contra o CRB, essa estratégia chegou a funcionar nos primeiros 25 minutos, perdendo força no decorrer da partida.

É uma possibilidade a considerar, mesmo para um técnico conhecido pela cautela, às vezes excessiva, como Márcio Fernandes.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa neste domingo, a partir das 22h, na RBATV. Participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a rodada da Série B e os planos do Remo para o próximo ano. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Leão projeta folha de R$ 3 milhões na Série B

Em entrevista ao repórter Paulo Caxiado em seu festejado programa “Conversa com o Leão”, na Rádio Clube, o presidente Antônio Carlos Teixeira, o Tonhão, admitiu que trabalha com a ideia de uma folha salarial em torno de R$ 3 milhões para o Remo na Série B 2025.

Com um gasto mensal de R$ 1,2 milhão em salários na Série C deste ano, o clube avalia que precisará dobrar os custos para se apresentar condignamente na Série B.

É uma estimativa perfeitamente dentro da realidade da competição e coerente com os planos azulinos de brigar pelo acesso à Série A. Para ter condições de embalar esse sonho, o Leão terá primeiro que viabilizar uma receita suficiente para sustentar os gastos previstos.

Na Série B atual, com exceção do Santos, que tem um orçamento de Primeira Divisão, os demais times que concorrem diretamente ao acesso têm folhas na faixa de R$ 2,5 a R$ 5 milhões. É o caso, por exemplo, de Sport, Mirassol, Vila Nova, América-MG e Ceará.

O Grêmio Novorizontino, que mantém disputa direta com o Santos pelo título da competição, é um caso à parte. Clube pertencente a investidores, trabalha com receita controlada e abaixo da média da Segunda Divisão. Estimativas da imprensa esportiva de S. Paulo indicam que o Novorizontino tem folha salarial inferior a R$ 1,5 milhões.   

Mais do que o valor estimado pela diretoria, é importante observar o perfil dos jogadores que o Remo pretende contratar. Gastar R$ 3 milhões pode elevar a força competitiva do time, desde que as contratações sejam certeiras e criteriosas – coisa que não ocorreu em 2021.

Nesse sentido, cresce a responsabilidade do técnico Rodrigo Santana (que renovou contrato) e do executivo Sérgio Papellin, diretamente envolvidos na busca pelos reforços. Uma declaração do treinador acabou colocando na berlinda o nome de Alexandre Pato, jogador que atravessa longa inatividade e que há muito tempo deixou de ser atleta.

Ao falar para o podcast Eh Nóis Queiroz, Rodrigo comentou sobre jogadores que foram procurados pelo clube na Série C e não aceitaram vir jogar no Remo – Pato seria um deles. Segundo o técnico, a nova condição do clube deve facilitar a busca por reforços.

Espera-se, para o bem do Remo, que jogadores com o perfil de Pato não sejam priorizados, sob pena de tornar a projeção de gastos apenas um festival bizarro de dinheiro jogado fora.