Lulu Santos chega a Belém com a turnê “Barítono”

Astro da música brasileira, o cantor e compositor Lulu Santos está de volta a Belém, onde faz show da turnê “Barítono”, posição vocal que ele assumiu publicamente na música, e que o deixa mais confortável na vida e na arte, segundo ele mesmo. Na capital paraense, o artista faz show neste sábado, 19, a partir de 21h, no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.

Ao longo de mais de quatro décadas, o cantor já lançou mais de 20 álbuns, vendeu 7 milhões de discos e obteve 16 singles em primeiro lugar e, ainda, 29 músicas no Top 10 das paradas musicais brasileiras. Muitos dos hits que lançou fizeram parte da trilha sonora de novelas, filmes e comerciais de TV, além de ter sido parte do júri do “The Voice Brasil” (Globo) desde a estreia do reality show, em 2012, até a última temporada, em 2023, sendo considerado um dos jurados mais queridos e respeitados do programa, elogiado por ser um guia para os novos talentos.

Há três semanas, ele foi um dos artistas convidados do “Rock in Rio”, onde cantou para uma plateia lotada e o público mais jovem cantou junto, em coro, canções emblemáticas de sua carreira, mostrando que ele conquistou também a geração mais jovem. Aos 71 anos de idade, Lulu Santos afirmou em entrevista ao Você que a sensação é de dever cumprido.

VOCÊ – Sobre a escolha do título da sua turnê, “Barítono”, ela reforça ainda mais a sua identidade musical?

LULU – Sim, admiti tardiamente várias coisas importantes sobre mim, entre elas o fato de ser um barítono, cantor de tessitura vocal grave. Desde que “assumi” essa condição, como costuma acontecer com essas coisas, facilitou enormemente minha vida e arte. O primeiro passo foi em 2000, quando gravei e lancei o álbum “Acústico”. Ali, por conforto e sabedoria, baixei um tom de boa parte do repertório e funcionou perfeitamente. Agora, 20 anos depois, percebi que se baixasse mais um tom, algumas canções voltariam a ser cantáveis, sem sobressaltos ou esforço. A chave deste entendimento foi “Esse Brilho Em Seu Olhar”, do álbum “O Ritmo do Momento”, que nunca esteve tão confortável e dentro do meu alcance desde que a fiz, em 1983. Sou barítono com paixão, gosto dos graves, gosto de como minha voz soa nesta região, e agora que todos sabem, confesso que gosto imenso de sê-lo.

V – Você comentou que assumiu tardiamente várias coisas sobre si mesmo. O que mudou ao assumir as suas verdades na vida e na arte? Como foi esse processo enquanto artista, depois de 20 anos, ter feito essas escolhas?

L – Vejo como uma forma de autoconhecimento tornado público e explicativo, sou assumidamente um cantor de voz mais grave, apenas fiz correr os proclamas. E tudo ocorreu de forma natural, o uso me trouxe experiências e expediente.

V – De que forma você analisa a sua trajetória musical hoje? Você tem se surpreendido em ter alcançado outros públicos, inclusive os mais jovens?

L – Fico lisonjeado. Mas, do meu ponto de vista, é algo contínuo, até porque não existe uma separação tão definida. Sempre houve uma “pororoca” geracional na nossa plateia. É como é, e não poderia ser melhor. O meu prazer está com o público, eu apenas agradeço e faço a minha parte com o melhor que posso.