A seleção brasileira goleou o Peru, por 4 a 0, nesta terça-feira (15), pelas Eliminatórias da Copa 2026. Além do placar elástico, o resultado foi crucial para diminuir a tensão sobre o time de Dorival Júnior.
Os gols foram de Raphinha, em duas cobranças de pênalti certeiras, Andreas Pereira e Luiz Henrique.
O Brasil chegou aos 16 pontos, mantendo a quarta posição -respirando mais na concorrência pelas vagas na Copa 2026. Só não passou o Uruguai por causa do saldo de gols.
Coletivamente, o Brasil teve um primeiro tempo problemático, mas deslanchou na etapa final. Duas alterações de Dorival foram cruciais: as entradas de Andreas Pereira e Luiz Henrique.
A seleção deixa a data Fifa com duas vitórias sobre as duas piores seleções das Eliminatórias. Primeiro, o Chile. Agora, o Peru.
Na próxima rodada, o Brasil enfrenta a Venezuela, fora de casa, dia 14 de novembro, às 18h (de Brasília).
A data Fifa do mês que vem ainda terá o duelo contra o Uruguai, encerrado os jogos do Brasil em 2024.
O JOGO
A seleção começou com problemas de criatividade. As alterações de Dorival na escalação do Brasil não significaram, de início, um comportamento tático diferente.
O lateral-direito Vanderson replicou a função de Danilo. Ficou muito preso, formando uma linha de três na defesa. Enquanto Abner, pela esquerda, tinha total liberdade.
Rodrygo jogou como um meia -e não ponta-, com a proposta de se aproximar mais de Raphinha pelo meio.
Mas o Brasil teve um jogo muito lento. Pouco espaço e não chegou a estabelecer uma pressão sobre a seleção peruana no primeiro tempo.
Tanto que na etapa inicial, o Brasil só deu quatro finalizações certas, segundo números do Footstats.
ÁRBITRO NÃO AJUDA
A proposta peruana era se fechar na marcação e fazer o tempo passar. Muita reclamação, papinho, algumas chegadas duras e a colaboração do árbitro uruguaio Esteban Ostojich para o jogo não fluir.
O retrato da falta de interesse no tempo de jogo foi a comparação entre tempo de paralisação para checagem no VAR do pênalti que gerou o gol do Brasil e os acréscimos. A dinâmica durou cerca de seis minutos. E o tempo adicional foi três minutos.
O LADO BOM DO GOL
A parte tática da jogada do pênalti do Brasil: lance raro, que não deveria ser tão escasso, foi a bola em profundidade de Gerson para Igor Jesus. O atacante tentou limpar o zagueiro Zambrano, mas o peruano tocou com a mão na bola.
O árbitro não marcou na hora e ficou esperando a posição do VAR. Quase três minutos até Ostojich ser chamado à beira do campo. Penalidade marcada, muita reclamação do Peru, e a batida certeira de Raphinha, fazendo 1 a 0.
O jogo se arrastou até o término do primeiro tempo.
Revoltado sem razão, López derrubou o monitor do VAR na saída para o vestiário.
MELHORA DO BRASIL
Bruno Guimarães se entenderam bem no meio-campo. O time melhorou no segundo tempo, tanto que não demorou muito para outro pênalti e o segundo gol.
Desta vez, sem VAR. Savinho recebeu de Raphinha, partiu para dentro da marcação e foi derrubado por Zambrano. Outra cobrança certeira de Raphinha, ainda aos 8 minutos da etapa final.
O Peru ficou mais corajoso. Em contrapartida, abriu mais espaço para o Brasil. Vanderson até ficou mais solto.
ALTERAÇÕES DÃO CERTO
As primeiras trocas foram Luiz Henrique no lugar de Savinho e Andreas Pereira no lugar de Rodrygo.
Efeito rapidíssimo: dois minutos depois, o atacante do Botafogo cruzou e o meia do Fulham fez um golaço, de voleio.
Luiz Henrique já tinha salvado o Brasil contra o Chile e, on fire (como o Botafogo atual), fez o quarto gol. Bela jogada individual e tapa de canhota no canto.
Quatro minutos e quarenta segundos depois de entrarem, Andreas e Luiz Henrique já tinham um gol, cada.
Dorival ainda colocou Endrick, Matheus Pereira e André. Mas aí já para administrar o resultado.
Com o 4 a 0 consolidado, foi só esperar o tempo passar. Agora em um contexto muito mais favorável. A calmaria vem, pelo menos até os jogos de novembro.
Ficha técnica
Brasil 4 x 0 Peru
BRASIL
Ederson, Vanderson, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner; Bruno Guimarães (André), Gerson e Raphinha (Matheus Pereira); Savinho (Luiz Henrique), Rodrygo (Andreas Pereira) e Igor Jesus (Endrick). Técnico: Dorival Júnior.
PERU
Gallese, Miguel Araujo, Zambrano e Callens; Advíncula (Andy Polo), Jesús Castillo (Sonne), Cartagena, Sergio Peña (Murrigarra) e Marcos López; Edison Flores (Grimaldo) e Bryan Reyna (Luís Ramos). Técnico: Jorge Fossati
Estádio: Mané Garrincha, em Brasília (DF)
Juiz: Esteban Ostojic (URU)
Assistentes: Carlos Barreiro e Andrés Nievas (URU)
Cartões amarelos: Vanderson (BRA); Bryan Reyna, Castillo, Zambrano, Cartagena, Gallese (PER)
Gols: Raphinha, aos 37’/1ºT (1-0); aos 8’/2ºT (2-0); Andreas Pereira, 25’/2ºT (3-0); Luiz Henrique, 28’/2ºT (4-0)
IGOR SIQUEIRA/RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS)