O Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) inicia sua 18ª edição nesta terça-feira (15). Lançada pelo Ministério da Saúde, a pesquisa foi ampliada em 2024 e incluirá, pela primeira vez, perguntas envolvendo a qualidade do sono dos brasileiros.
Serão ouvidas milhares de pessoas com mais de 18 anos em todas as capitais do país por meio de ligações para telefones fixos e móveis. O objetivo é investigar a frequência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como hipertensão, diabetes, câncer e doenças respiratórias.
O Vigitel também coleta dados sobre fatores de risco e proteção, como alimentação, atividade física, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, entre outros comportamentos. Essas informações orientam políticas públicas e ações de promoção da saúde voltadas à população.
“A implantação e a manutenção da pesquisa têm sido um processo de construção coletiva, envolvendo diversas instituições, parceiros, dirigentes e técnicos”, explica Letícia Cardoso, diretora do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis (Daent) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA). A pasta será responsável pela gestão do estudo, em conjunto com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que atuará na análise de dados e na elaboração de relatórios.
Confidencialidade
A participação na pesquisa é voluntária e todas as respostas são confidenciais. O sigilo das informações é garantido pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Dúvidas podem também ser retiradas pelo Disque Saúde (136).
Letícia Cardoso destaca a relevância da participação da população no inquérito para otimizar a coleta de dados e, por consequência, fortalecer a vigilância nacional de doenças crônicas não transmissíveis e seus fatores de risco para o país.
Mais de 800 mil brasileiros
Realizado anualmente desde 2006, o Vigitel é considerado o maior inquérito de saúde do país, tanto em número de edições quanto em número de entrevistas realizadas. Em suas 17 edições, a pesquisa entrevistou 305.682 homens e 500.487 mulheres, totalizando informações de 806.169 brasileiros.
Todos os anos são publicados relatórios completos com as informações coletadas na pesquisa, que permitem avaliar as prevalências dos fatores de risco e proteção relacionados às doenças crônicas não transmissíveis e características sociodemográficas como sexo, idade e anos de escolaridade.
Exemplos de dados de tendência (2006-2023)
A coleta de dados do Vigitel, no longo prazo, possibilitou apontar tendências como a frequência de adultos com excesso de peso, entre 2006 e 2023. Em seu primeiro ano, o estudo mostrou que 42,6% da população brasileira apresentava obesidade ou sobrepeso. Em 2023, o dado passou para 61,4% da população (aumento médio de 1 ponto percentual/ano). Esse aumento foi observado em ambos os sexos, com maior aumento entre as mulheres, variando de 38,5%, em 2006, a 59,6% em 2023 (1,20 por ano).