DE VOLTA PRA CASA

Com terceiro voo, operação totaliza 674 brasileiros e familiares resgatados do Líbano

Hahan Mourad (com o filho) e Saha Mouzannah chegaram no terceiro voo de resgate. Georges El Kadamawi foi à Base Aérea para receber o pai, que estava no Líbano. Fotos: MDS e Agência Brasil
Hahan Mourad (com o filho) e Saha Mouzannah chegaram no terceiro voo de resgate. Georges El Kadamawi foi à Base Aérea para receber o pai, que estava no Líbano. Fotos: MDS e Agência Brasil

Quando a aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira aterrissou na Base Aérea de São Paulo, às 8h20 desta quinta-feira, a Operação Raízes do Cedro do Governo Federal chegou à marca de 674 brasileiros e familiares e 11 pets resgatados da zona de conflito no Líbano em menos de uma semana. O voo desta manhã trouxe 218 passageiros, entre eles 11 crianças de colo, e cinco animais domésticos.

A primeira escala da operação pousou no Brasil no último domingo, 6 de outubro. O grupo com 229 passageiros e três pets foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reforçou que o país fará todos os esforços para trazer todos os brasileiros e familiares que necessitarem. Na terça-feira, uma nova escala da operação trouxe até São Paulo 227 passageiros e mais três animais domésticos.

Entre os passageiros que chegaram nesta quinta estava Hahan Mourad, que trouxe os filhos Jad e Ali. Ela é brasileira, nascida em São Paulo, e viveu no país até os 26 anos. Foi para o Líbano para ter uma experiência profissional. Casou-se, teve filhos e criou laços lá. Decidiu voltar ao perceber que o som de bombas, sirenes, aviões e milhares de pessoas deslocadas tinha se tornado uma nova realidade. “O que está acontecendo é muito triste. Ver o país onde seus filhos nasceram desmoronando na sua frente, o som das bombas quando estamos dormindo, as explosões, as evacuações, pessoas nas ruas, nas escolas, é muito triste”, disse, aliviada por voltar ao Brasil

Saha Mouzannah tem história similar. Ela desembarcou acompanhada da mãe, do marido e dos filhos Jawad e Mohamed, de sete e quatro anos de idade. “Faz pouco mais de um ano que fui para o Líbano. Agora, esse processo da guerra foi tudo de repente. É terrível o que está acontecendo, mas queria agradecer muito ao governo. O processo com a embaixada foi rápido. Trocamos mensagens, começamos a conversar, responderam logo e o voo de volta foi tranquilo, com uma equipe acolhedora, inclusive nos ajudando a cuidar das crianças”, afirmou Saha.

Georges El Kadamawi, por sua vez, estava na Base Aérea para esperar o pai, que vinha do Líbano no voo do Governo Federal. “Estamos todos felizes por esse trabalho bem feito, profissional e muito rápido. Felizes com tantos brasileiros voltando para a paz”, resumiu.

A prioridade de composição das listas sempre leva em conta mulheres, crianças, idosos e brasileiros não residentes no Líbano. Um trabalho de articulação que envolve equipes do Ministério das Relações Exteriores em Brasília e na Embaixada do Brasil em Beirute e a ação operacional da Força Aérea Brasileira (FAB).