Pará

CARNAVAL 2023: Enquanto uns pulam, outros faturam!

Melina Pimentel, proprietária do ateliê que no período do carnaval trabalha com a customização de abadás e fantasias para o Carnaval. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.
Melina Pimentel, proprietária do ateliê que no período do carnaval trabalha com a customização de abadás e fantasias para o Carnaval. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Carol Menezes

Bastou passar o Natal para que Belém e outras cidades do Estado entrassem em clima de pré-carnaval. E como todo ambiente de festa também é propício ao consumo dos mais variados tipos. Tem gente que está aproveitando a animação dos foliões e pré-foliões para movimentar o caixa do próprio negócio. Há até quem considere esse período como um dos melhores de todo o ano para ganhos extras.

É o caso da empresária Melina Pimentel, proprietária já há nove anos de um ateliê que, desde sua criação, trabalha com roupas e itens carnavalescos. “Não comecei o negócio com esse intuito apenas, porém é um período que incrementa as vendas e atrai novos clientes”, confirma.

Desde o ano passado, Melina passou a ofertar o serviço de customização de abadás e outras peças. Dentre as opções, há cortes, bordados e aplicação de pedrarias. “O mais inusitado que recebi até hoje foi uma blusa de tule, cobrindo apenas o mamilo com um coração!”, diverte-se.

O ateliê passou a trabalhar com customização somente em 2022, mas a empresária já sente que houve aumento de demanda para o carnaval de 2023. “A divulgação nas redes sociais foi bem maior e estamos recebendo mais encomendas”, justifica. Os valores são bem variados e o céu pode ser o limite, de acordo com o que a clientela deseja. “Normalmente cobramos a partir de R$ 30”, detalha.

Melina diz que, em termos de dinheiro, essa não chega a ser a melhor época do ano. Ainda. “Estamos caminhando para isso. Acredito que o diferencial é toda a atenção, atendimento e a qualidade do nosso serviço, que faz com que os clientes saiam satisfeitos e nos procure novamente”, conta ela, confiante na ascensão do negócio.

Mais trabalho e mais ganhos

O músico Mauro Serrão, de 42 anos, também é dono de uma empresa de fabricação de bonés personalizados em alto padrão para marcas, empresas e eventos. Ele conta que já está recebendo encomendas de Belém, dos municípios do interior e também de outros estados. Durante a folia momesca, o empresário chega a subir as vendas em cerca de 40% e precisa confeccionar cerca de duas mil unidades a mais na comparação com outros meses.

“Na verdade, temos demandas o ano todo, mas tem umas épocas que aumenta bastante. O carnaval é uma excelente época para o meu negócio, a gente consegue atuar em vários locais que tem tradição de carnaval no Pará e fora. Em Belém o pré-carnaval é muito importante por causa das festas, dos blocos, mas a gente também está recebendo encomendas de Vigia, Cametá, Bragança, Abaetetuba e Curuçá. A gente aproveita para ganhar um pouco mais”, conta Mauro.

Já Bruno Costa, de 32 anos, já trabalha como maquiador profissional há dez, e também admite que o carnaval é uma ótima época para ganhar dinheiro. “É porque eu faço maquiagens mais trabalhadas, que requerem mais atenção, mais tempo, e por isso acabam custando um pouco mais. Quem me contrata pede pedraria, glitter e outros itens. Outra coisa que é bom para mim é que a maioria dos blocos são realizados no domingo, e como eu trabalho em salão até sábado, aí consigo fazer esse extra em um dia que não seria de trabalho. Se fosse em dia de semana, por exemplo, eu não teria como”, detalha o artista, que costuma cobrar a partir de R$ 160, dependendo da proposta da produção.

Período é importante para cidades

O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará confirma que, de fato, gasta mais quem viaja pelo estado, especialmente nos locais onde há os carnavais mais tradicionais, como Curuçá e Vigia.

“Belém não tem um carnaval considerado tradicional, então o que rende, para bares principalmente, é o pré, o ‘esquenta’. A parte de hospedagens não existe na capital, não temos festas significativas que tragam público de fora para cá. É diferente nos balneários, em Curuçá, em Vigia, com seus carnavais tradicionais são campeãs, atraem principalmente os jovens, e aí tem explosão de consumo de alimentação, bebida, etc”, avalia o assessor jurídico da entidade, Fernando Soares.

“Salinas continua sempre sendo a campeã de público, principalmente para as famílias e quem não está a fim de muita festa, embora atraia muito também o público jovem, que gosta de ir para a praia do Atalaia, e a garotada que gosta da praia do Maçarico. Alimentação fora do lar e hospedagem rendem bem ali. O pré-carnaval de Belém faz boa movimentação em dias de saída de bloco, em regra são aos domingos, mas não muito. No período do carnaval ganha mesmo é o interior, por causa da questão do deslocamento das pessoas de uma cidade para outra”, finaliza.