Pará

Separa a panela e prepara o café! Lá vem a pupunha!

Chegou a  safra da pupunha, fruta genuinamente amazônica. As feiras estão abastecidas com os cachos pra vender cru e também já cozida. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.
Chegou a safra da pupunha, fruta genuinamente amazônica. As feiras estão abastecidas com os cachos pra vender cru e também já cozida. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Wesley Costa

Domesticada pelos indígenas no período pré-colombiano e amada pelos paraenses, a pupunha já está marcando forte presença nas feiras da capital paraense. A safra do fruto que iniciou em meados de dezembro e segue até o próximo mês de abril. É um ótimo período para quem trabalha vendendo o produto e também para quem gosta de consumir uma pupunha de qualidade.

Com tons avermelhados e amarelos intensos, os cachos de pupunha não passam despercebidos em meio ao público que transita no Ver-o-Peso e nas proximidades da Feira do Açaí, em Belém. A quantidade do fruto disponível é tão grande, que chega a formar pequenos montes entre os vendedores.

Há mais de 30 anos trabalhando com hortifrúti, o feirante José Augusto, 50, afirma que nas próximas semanas, o valor da pupunha ficará ainda mais atrativo. “Para a gente, agora que ela começou a aparecer mesmo. Mas vamos ter pela frente quase quatro meses de safra. Hoje temos dois tipos de pupunha, com e sem caroço, custando entre R$8,00 e R$10,00 o quilo. Quando esse fluxo aumentar, vamos ter cachos custando, por exemplo, R$5,00”, afirma.

Quem não abre mão de uma boa pupunha cozida acompanhada de um cafezinho, é o poeta paraense Juraci Siqueira. Apaixonado pela culinária do Estado, o artista garantiu uma boa quantidade para consumir durante a semana. “Eu sempre muito bem ter uma pupunha em casa, principalmente nessa época de safra que ela fica ainda mais saborosa. Acompanhada do café ou de uma farinha então, fica ainda melhor”, disse.

O feirante José Roberto, também destaca que esse é o melhor momento para as vendas e o consumo da pupunha. “Essa variedade, tanto de tamanho quanto de preço é ótimo para os dois lados, né? Para a gente que consegue vender ainda mais, e também para o cliente que consegue escolher e levar para casa o tipo que mais agrada e com qualidade”, destacou o consumidor.

O aposentado Antônio Souza, 67, já possui uma tática para escolher a melhor pupunha. “Uma boa pupunha é aquela que a gente consegue descascar com certa facilidade, mesmo sem ela estar cozida. Também tem que ficar de olho na aparência por fora e daquela pequena oleosidade que é uma das características dela. Em casa todo mundo adora pupunha e eu, particularmente, adoro comer como tira gosto”, contou.