Notícias

Governo Lula pedirá extradição de Torres, ex-ministro de Bolsonaro

Para o ministro Alexandre de Moraes, na fase atual da investigação, a manutenção da prisão preventiva ainda é necessária e adequada. Foto: Agência Brasil
Para o ministro Alexandre de Moraes, na fase atual da investigação, a manutenção da prisão preventiva ainda é necessária e adequada. Foto: Agência Brasil

CÉZAR FEITOZA E RAQUEL LOPES
BRASÍLIA. DF (FOLHAPRESS)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta sexta-feira (13) que o governo Lula (PT) pedirá a extradição do ex-ministro Anderson Torres, que está nos Estados Unidos, caso ele não volte ao Brasil até segunda-feira (16).

“Houve anúncio pelo Anderson de que ele iria se apresentar [à Polícia Federal], mas ainda não houve marcação de data. Vamos aguardar até segunda-feira”, disse Dino.
“Caso não se confirme [a vinda de Anderson Torres ao Brasil], vamos deflagrar os procedimentos voltados à extradição, já que há ordem de prisão”, concluiu.

Ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres voltou à chefia da Secretaria de Segurança Pública do DF no dia 2 de janeiro. Ele estava nos Estados Unidos quando bolsonaristas radicais invadiram os prédios dos Três Poderes.

O mandado de prisão contra Torres foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), na terça-feira (10) e confirmado pelo plenário da corte.

Moraes também é presidente do TSE e protagonizou embates com Bolsonaro durante o pleito. O ex-presidente difundiu diversas vezes mentiras e teorias da conspiração contra as urnas eletrônicas. Também acusou o TSE -sem nunca apresentar provas- de trabalhar pela eleição de Lula.

Desde a derrota para Lula, Bolsonaro se manteve recluso no Palácio da Alvorada. Ele viajou aos Estados Unidos às vésperas da posse, descumprindo o rito democrático de passar a faixa a seu sucessor.

A Polícia Federal encontrou na residência de Torres uma minuta de decreto para o então presidente Jair Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O objetivo, segundo o texto, era reverter o resultado da eleição, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vencedor. Tal medida seria inconstitucional.