CENSO 2022

IBGE: 84,74% dos indígenas que residem no Pará são alfabetizados

Essa nova publicação sobre o Censo 2022 revela que o Pará tem 23.278 pessoas indígenas de 15 anos ou mais de idade residentes em terras indígenas, sendo 11.987 homens e 11.291 mulheres.

Essa nova publicação sobre o Censo 2022 revela que o Pará tem 23.278 pessoas indígenas de 15 anos ou mais de idade residentes em terras indígenas, sendo 11.987 homens e 11.291 mulheres. 
 Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Essa nova publicação sobre o Censo 2022 revela que o Pará tem 23.278 pessoas indígenas de 15 anos ou mais de idade residentes em terras indígenas, sendo 11.987 homens e 11.291 mulheres. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O IBGE divulgou nesta sexta-feira, 4, mais um bloco de dados do Censo Demográfico 2022: “Indígenas: Alfabetização, registros de nascimentos e características dos domicílios segundo recortes territoriais específicos (resultados do universo)”. A divulgação oferece dados de alfabetização para pessoas indígenas com 15 anos ou mais e existência de registros de nascimentos das crianças indígenas de 0 a 5 anos, além de características de domicílios que sejam habitados por, pelo menos, um residente indígena.

Essa nova publicação sobre o Censo 2022 revela que o Pará tem 23.278 pessoas indígenas de 15 anos ou mais de idade residentes em terras indígenas, sendo 11.987 homens e 11.291 mulheres. Enquanto a taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais no Pará foi de 91,24%, o recorte para a população indígena residente em solo paraense foi de 84,74% (43.729 alfabetizados) e taxa de analfabetismo de 15,25% (7.873 indígenas não alfabetizados).

Quanto ao registro de nascimento, o Censo 2022 constatou que das 12.246 crianças indígenas de até 5 anos de idade em solo paraense, 11.649 (95,12% do total) tinham registro de nascimento, sendo 10.830 foram registrados em cartório e 819 por meio de Registro Administrativo de Nascimento Indígena (Rani). O percentual de crianças indígenas com registro de nascimento ficou abaixo do percentual geral da população do Pará na mesma faixa etária que foi de 98,22%.

O Censo mostrou ainda que 503 crianças indígenas não tinham registro de nascimento, representando 4,11% de crianças nessa condição (sendo que o percentual para a população total do Pará é de 1,54%).

Os responsáveis de 53 das crianças indígenas (0,43%) responderam que não sabiam se os filhos estavam registrados e outros 41 (0,33%) ficaram sem declaração quanto à existência ou não de registro de nascimento de suas crianças.

Jovens e idosos

Enquanto o Índice de Envelhecimento do total da população paraense foi de 29,6 (ou seja, existem 29,6 pessoas idosas para cada grupo de 100 pessoas com idades de 0 a 14 anos), o Índice de Envelhecimento só da população indígena no Pará ficou em 21,31.

Em relação à Idade Mediana, a população total do Pará tem idade mediana de 29 anos, enquanto na população indígena paraense a Idade Mediana foi de 21 anos (idade que separa a metade mais jovem da metade mais velha da população).

Na Razão de Sexo (quantidade de homens para cada grupo de 100 mulheres dentro de uma determinada população), a população total do Pará foi de 99,6, enquanto a população indígena paraense ficou com Razão de Sexo de 99,8 homens para cada 100 mulheres.

Domicílios

Em 2022, em 24.884 domicílios no Pará havia, pelo menos, um morador indígena: 16.783 desses domicílios localizavam-se fora de terras indígenas e 8.101 dentro de terras indígenas.

Em 67% dos domicílios com residentes indígenas havia água canalizada até dentro da habitação (16.701 domicílios); em 16,7% dos domicílios com indígenas a água era canalizada, mas chegava apenas no terreno (4.158 domicílios); em outros 16,1% não havia água canalizada (4.025 domicílios).

Em 43,2% dos domicílios (10.767 endereços) com moradores indígenas o fornecimento de água era feito via rede geral de distribuição; em 42,6% (10.611 domicílios) a água vinha de poço, fonte, nascente ou mina; em 12,2% dos domicílios (3.045) os moradores contavam com água de rios, açudes, córregos, lagos e igarapés; 1,4% (371 domicílios) recebia água de “outra fonte”; em 0,3% (75 domicílios) a água vinha de carro-pipa; em 0,06% (15 domicílios) a água vinha da chuva armazenada.

Quanto ao tipo de esgotamento sanitário, 51,5% dos domicílios (12.812 domicílios) com residentes indígenas contava apenas com fossa rudimentar ou buraco; 19,9% (4.959 domicílios) usava fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede; 9,9% (2.462 domicílios) não tinha banheiro nem sanitário; 9,6% (2,402 domicílios) despejava seus dejetos em rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede; 4,25% utilizava vala (1.057 domicílios); 3,5% (870 domicílios) declarou “outra forma” de esgotamento; e em 1,29% dos domicílios o esgoto ia direto para rio, lago, córrego ou mar (322 domicílios).

A versão completa dos resultados ora divulgados (com dados desde o nível Brasil e Unidades da Federação até o nível de Terras Indígenas) pode ser consultada publicamente no portal do IBGE (www.ibge.gov.br) e no Sistema IBGE de Recuperação Automática (sidra.ibge.gov.br).