COPA DO BRASIL

Flamengo x Corinthians: Filipe Luís encara prova de fogo na estreia

Filipe Luís começa sua jornada como técnico do Flamengo nesta noite, diante do Corinthians, pela semifinal da Copa do Brasil; a busca é por um estilo de jogo com o DNA rubro-negro

O Flamengo recebe o Corinthians no jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil. Foto: Flamengo/divulgação
O Flamengo recebe o Corinthians no jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil. Foto: Flamengo/divulgação

Se uma das críticas dos torcedores do Flamengo ao demitido Tite era de que seu estilo de jogo não combinava com o do clube, pode-se dizer que Filipe Luís não corre esse risco. Ao menos nesse primeiro momento. Apresentado nesta terça-feira no Ninho do Urubu, o treinador, que estreará nesta quarta, às 21h45, contra o Corinthians, pelo jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil, demonstrou sintonia com a diretoria e com os rubro-negros em relação à forma que planeja que sua equipe atue: com um futebol ofensivo e corajoso.

“Com o elenco e os jogadores que tenho no vestiário, eu tenho que fazer o time jogar (bem). Se não fizer, obviamente sou o culpado. Meu principal objetivo é ganhar, recuperar a confiança e fazer com que os jogadores possam se divertir, para que possamos juntar essa comunhão com a torcida e animá-los na arquibancada”, disse.

O tempo joga contra o treinador para conseguir demonstrar, já nesta quarta-feira, as ideias da nova comissão técnica. Afinal, foram apenas dois dias de trabalho no campo, sendo um, na segunda-feira, apenas com os jogadores que tiveram poucos minutos ou não atuaram contra o Athletico-PR.

Assim, nesse primeiro momento, a preparação do Flamengo para enfrentar o Corinthians foi feita mais na base dos vídeos com imagens do adversário e do que os atletas rubro-negros deveriam fazer para tentarem a vitória. Além disso, outro ponto que também impossibilita uma adaptação mais rápida é que não houve, ao longo dos últimos anos no clube, a construção de uma identidade de jogo que pudesse ser passada para os treinadores que chegassem.

No departamento de futebol, há o desejo de que o time principal atue de forma ofensiva e que pressione o adversário já no campo de ataque, como é planejado por Filipe Luís. Mas, em aspectos mais profundos, como a implementação de uma metodologia de trabalho a ser seguida pelos treinadores, ou em contratações que correspondessem aos ideais do clube, isso não existiu.

O sentido, na verdade, era inverso. Por muitas vezes, a cúpula de futebol do rubro-negro se adaptou ao estilo e aos pedidos dos treinadores.

“A grande maioria dos treinadores que tivemos jogava de forma ofensiva, com pressão e agressiva. Por vezes, não funcionou ou não conquistamos títulos porque fomos agressivos demais, no sentido de sofrer gols demais. Na minha visão, o Flamengo sempre jogou de uma forma ofensiva e o elenco é montado de acordo com essa filosofia, de qualidade para jogar com a bola e ser agressivo”, defendeu-se Bruno Spindel, diretor de futebol.

Dentro dessa questão, pode ser que isso comece a ser produzido com a presença de Filipe Luís como figura quase que central no escopo do futebol do Flamengo. Com contrato de 15 meses assinado com o clube, o treinador revelou que tem conversas nesse sentido desde quando assumiu a categoria sub-17, em janeiro.

“Tivemos reuniões onde se falou muito do DNA rubro-negro e sobre a forma que o clube tem que jogar. É evidente o que a torcida quer: não vale só ganhar, já sabemos disso, eu já sei disso. A estrutura está aí, mas fazer o time jogar da maneira que a torcida quer não é fácil”, ponderou Filipe Luis.

Do outro lado, o Corinthians tem baixas importantes. O volante Alex Santana e o atacante Talles Magno seguem se recuperando de lesão, enquanto Memphis Depay não foi inscrito a tempo na competição. Por outro lado, existe a possibilidade de André Carrillo fazer sua estreia no torneio. O Timão vem com boas atuações nas Copas, já que também está na semifinal da Sul-Americana. O Corinthians, porém, tem como foco principal a disputa do Brasileiro, já que se encontra na zona de rebaixamento.

João Pedro Fragoso/AG