GERSON NOGUEIRA

Papão tem todas as chances de não ser reprovado na Série B; entenda

Foto: Márcio Melo/Paysandu
Foto: Márcio Melo/Paysandu

Caso faça o dever de casa, o PSC não será reprovado na Série B. Só leva bomba se descumprir a regra básica dos campeonatos de pontos corridos: vencer os jogos como mandante. Pela maneira como se lançou ao jogo contra o Ituano, é óbvio que o time encara a competição de maneira extremamente comprometida, ciente da responsabilidade de conquistar os pontos necessários para se manter na segunda divisão brasileira.

Nos últimos dias, o site Chance de Gol tem sido visitado nervosamente pela torcida bicolor, preocupada com as projeções matemáticas para as nove últimas rodadas da competição. E o levantamento atualizado mostra que o Papão tem (ainda) todas as chances de permanecer na Série B.

Em comparação com os demais times da parte inferior da tabela de classificação, o PSC é o menos cotado para cair. Na 14ª posição, tem 18% de chance de queda. À frente de Chapecoense (13º colocado, 35,1% de chance de queda), Ponte Preta (15º, 29,8% de chances), Botafogo-SP (16º, 31,2%) e CRB (17º, 53,1% de possibilidades de queda).

O CRB é justamente o próximo adversário do Papão. Na sexta-feira, em Maceió, os dois times farão um confronto de seis pontos. Comandado hoje pelo ex-técnico bicolor Hélio dos Anjos, o CRB chega a essa partida já em modo desespero.

Para o Chance de Gol, os times mais próximos da degola são o Brusque (18º, com 64,7% de chance de queda), o Ituano (19%, 81,1% de queda) e o Guarani (lanterna, com cruéis 85,7% de chances de rebaixamento).

Um aspecto curioso é que a Chapecoense, que hoje ocupa a 13ª colocação, está mais ameaçada de queda que PSC, Ponte Preta e Botafogo, que estão posicionados abaixo na classificação. E os motivos estão no nível de dificuldades na caminhada e porque Bota e Ponte têm um jogo a menos.   

Ao PSC, cabe focar nos próximos compromissos, principalmente as partidas dentro de casa. Terá pela frente na Curuzu três adversários que também estão na briga para não cair: Chapecoense, Coritiba e Brusque. O último a visitar Belém será o Vila Nova, que hoje ocupa a 5ª posição.

Um cenário bastante favorável. Caso se imponha a esses adversários, o PSC estará garantido, mesmo que não consiga ganhar nenhum ponto nas partidas fora de casa, o que é pouco provável. Tudo é uma questão de gestão da caminhada, papel que cabe essencialmente ao comando técnico, na figura de Márcio Fernandes e seus auxiliares.

Presidente da FPF saúda acesso e elogia gestor azulino

Através de seu perfil no Instagram, o presidente da Federação Paraense de Futebol, Ricardo Gluck Paul, se dirigiu a Antônio Carlos Teixeira, gestor do Remo, parabenizando-o pelo acesso e se solidarizando pelas lutas travadas desde o difícil início de trabalho, com os insucessos de campo travando as ações administrativas.

Em tom direto, Ricardo fala em nome da FPF, saudando um filiado por uma conquista que não é benéfica apenas ao clube, mas a todo o futebol paraense. Abaixo, na íntegra, a carta aberta.

“O acesso do Clube do Remo à Série B é a prova definitiva da tua liderança firme e da resiliência à frente de uma das maiores instituições do futebol brasileiro. Acompanhei de perto os desafios que enfrentaste no início deste ano e, naquele momento, te disse: por mais que tenhas uma vasta experiência no futebol, só ao sentar na cadeira de presidente de um clube de massa sentirias o peso real dessa responsabilidade. E foi exatamente isso. Enfrentaste uma das provas mais difíceis que um homem pode viver.

Foi um começo árduo, cercado de pressões e obstáculos, mas tu resististe. Não te deixaste abater. Seguiste em frente, com determinação e foco, sempre acreditando na força do Remo e no poder de superação que o clube e sua torcida têm. Ontem (domingo), esse trabalho culminou em um feito histórico: um acesso que transcende as quatro linhas, um marco que eterniza tua gestão no clube.

Esse acesso, pelas circunstâncias desafiadoras em que foi conquistado, será lembrado como um símbolo de superação, força e liderança. Estou imensamente feliz por ti, e orgulhoso por ter podido, de alguma forma, contribuir para essa vitória. Transmite a todos da tua equipe, atletas e funcionários, o quanto a Federação Paraense de Futebol se orgulha deste feito. O Pará está, mais do que nunca, em ascensão!

Forte abraço! Vamos em frente!”.

Filipe Luís e a sofrida saga dos interinos no Flamengo

De olho, ontem, no noticiário trepidante da mídia carioca sobre a apresentação de Filipe Luís como técnico do Flamengo, com profusão de salamaleques, foi inevitável lembrar do destino de Andrade, que também assumiu o comando do time profissional, conquistou um título brasileiro e acabou descartado de forma absolutamente desrespeitosa.

Filipe parece mais atento aos riscos de um revertério, mas o futebol nem sempre permite que alguém se proteja das pancadas ruins e dos efeitos devastadores de maus resultados. Significa que ele, como qualquer outro técnico, terá que garantir o cargo com vitórias e conquistas, principalmente depois do período tumultuado de Tite no clube.

Muita gente que conviveu com Filipe Luís no clube, desde os tempos de jogador, assevera que ele sempre teve planos de assumir o comando técnico após se aposentar dos gramados. Chegou a ser cogitado para trabalhar como auxiliar de Jorge Jesus, em 2019, mas teria recusado a oferta.

Desta vez, após comandar o time sub-20 (e ganhar até um título mundial), sentiu-se suficientemente seguro para assumir a missão, contratado como técnico efetivo até dezembro de 2025.    

Qualquer semelhança com Andrade não é mera coincidência. Ídolo da torcida como jogador e técnico campeão do Brasileiro de 2009, Andrade foi demitido em 2010 pela então presidente Patrícia Amorim, quando tinha 70% de aproveitamento como comandante do time.

Entre outras causas alegadas, ele caiu após perder o título estadual para o Botafogo e por não ter conseguido domar as feras do elenco – Adriano Imperador, Vagner Love e o goleiro Bruno. Filipe que se cuide.