Nem bem o jogo com o São Bernardo terminou, com a festejada e merecida vitória, os repórteres trataram de fuzilar os principais jogadores do Leão com perguntas sobre planos de permanência para a próxima temporada. É verdade que ainda há uma meta a alcançar, a busca pelo título da Série C, mas é grande a expectativa sobre o futuro dos melhores do time.
Jaderson, desconhecido e mais certeiro investimento da temporada, é o que mais desperta atenção. O Remo já abriu negociações com ele para renovação de vínculo, embora seja jogador pertencente ao Atlético-PR. Há otimismo entre os dirigentes e evidente interesse do atleta em ficar.
Aos 24 anos, Jaderson desembarcou no Baenão como uma aposta despretensiosa para as competições do ano. No início, Ricardo Catalá fixou o novato como atacante pela esquerda. Em algumas ocasiões, testou no meio-campo e até nas laterais.
Para o torcedor, as constantes mudanças de posição não permitiam fazer um juízo de valor sobre Jaderson. Parecia tecnicamente bom, mas dispersivo e pouco regular. Talvez por isso mesmo não encontrava um lugar definitivo entre os titulares.
A passagem de Morínigo também não acrescentou muito no aproveitamento de Jaderson. Na verdade, não acrescentou nada ao grupo todo do Remo. A situação só foi clarear com a entrada em cena de Rodrigo Santana, que finalmente achou uma função adequada às qualidades de Jaderson.
É justo dizer que Rodrigo foi o primeiro a descobrir a verdadeira utilidade dele para o time. Na prática, entendeu que Jaderson não poderia ficar preso a um espaço apenas. Para render e contribuir para o time, precisava ter mais liberdade, transitando entre uma intermediária e outra.
Em algumas ocasiões, dependendo do adversário e das exigências do jogo, ele foi deslocado para o lado esquerdo, mas com liberdade para flutuar pelo meio. As múltiplas tarefas, sempre muito bem executadas, fizeram com que Jaderson ganhasse o respeito da torcida.
Com desempenho físico acima da média, deu-se ao luxo de aparecer para finalizar e dar assistências – como a de domingo, para Ytalo – ou aparecer como último homem da defesa, aparecendo junto a Marcelo Rangel em instantes decisivos contra CSA e Londrina.
Esse perfil multiuso, de arco e flecha, transformou Jaderson na figura mais destacada do time e, ao mesmo tempo, na mais valorizada. A perspectiva de vir a ser sondado por outros clubes (como foi pelo PSC, no final do Parazão) levou a diretoria remista a trabalhar com afinco para manter seu principal jogador – e de toda a Série C – para a campanha da Série B 2025, antes mesmo da conquista do acesso.
Sem Nicolas, Papão terá novo ataque contra o CRB
Uma nova configuração ofensiva deve ser anunciada por Márcio Fernandes para o jogo de sexta-feira, 4, contra o CRB, em Maceió. Mas, pela importância do confronto, é de se esperar um PSC mais cauteloso, preocupado não só em atacar, mas principalmente em fechar o meio-campo e fortalecer a defesa.
As mudanças no ataque têm a ver com a ausência de Nicolas, suspenso. Mesmo fazendo até agora um campeonato abaixo das expectativas, o atacante ainda é a principal referência ofensiva do Papão.
Nos últimos jogos, diante de América, Sport e Ituano, Nicolas jogou, mas teve participação opaca, com poucas intervenções no ataque e um aparente receio de arriscar finalizações. Aliás, faz tempo que não se vê Nicolas desferir um chute a gol.
Posicionado entre os zagueiros inimigos, ele está sempre voltando à intermediária para buscar jogo ou à espera de uma bola que seja lançada no interior da área. Para um jogador que marcou sua passagem pelo PSC justamente por ser contundente e marcar muitos gols, é muito pouco até aqui.
A ausência do antigo ídolo da Fiel abre ao técnico a possibilidade de testar um novo formato, talvez até com dois atacantes apenas. Um meio-campo integrado por três marcadores – João Vieira, Matheus Trindade e Val Soares –, com Juninho na criação, tendo Borasi e Jean Dias (Esli García) na frente.
É sempre bom ressaltar que um empate não é um resultado a se desprezar na sexta-feira. Com 33 pontos, o PSC encara os próximos nove jogos com a necessidade de somar mais 12 pontos, talvez até menos. Portanto, um empate com um adversário direto na luta contra o rebaixamento significa ganho e não perda.
Todos ainda têm chance de acesso no Grupo B
Uma guerra de foice agita o Grupo B do quadrangular da Série C. Ao contrário do Grupo A, que já definiu o acesso de Remo e Volta Redonda, neste momento, três times – Athletic Club, Londrina e Ferroviária de Araraquara – somam 7 pontos e um (Ypiranga) tem 6 pontos.
A disputa está inteiramente aberta e desenha uma rodada final, no próximo fim de semana, carregada de emoção e incerteza. Todos têm chances de obter o acesso, o que torna a disputa imprevisível.
O Athletic despontou inicialmente como o melhor time do campeonato, mas perdeu fôlego na reta final da Série C. Apesar disso, entrou com pinta de favorito no quadrangular, juntamente com a Ferroviária, mas ambos vacilaram e permitiram que Londrina e Ypiranga equilibrassem as coisas.
Na última rodada, sábado, o Athletic recebe o Londrina e o Ypiranga visita a Ferroviária. Se o fator campo prevalecer, mineiros e paulistas podem se dar bem, mas o Londrina mostrou capacidade de reação nos últimos jogos, derrotando Ypiranga e Ferroviária.
Uma coisa chama atenção no Grupo B: a volúpia ofensiva dos times. A maioria dos jogos teve placares generosos e os times fizeram em média 8 gols. A exceção é o Ypiranga, que marcou apenas 4.