CONTRA O PRECONCEITO

Belém recebeu a 22ª da Parada do Orgulho LGBTI+; veja como foi

Uma enorme bandeira do arco-íris, símbolo do movimento, puxou o trio elétrico refletindo a busca por representatividade.  Fotos: Antonio Melo
Uma enorme bandeira do arco-íris, símbolo do movimento, puxou o trio elétrico refletindo a busca por representatividade. Fotos: Antonio Melo

A capital paraense recebeu neste domingo a 22ª da Parada do Orgulho LGBTI+ do Pará, que levou às ruas o tema “(Re)existência histórica” como forma de luta contra o preconceito. A concentração do evento iniciou por volta das 12h, em frente à Unidade de Referência Especializada (URE) Doca, na Avenida Visconde de Souza Franco, bairro Umarizal.

A saída do trio elétrico ao som de diferentes músicas ocorreu às 16h, subindo a Doca até a altura da Rua Boaventura da Silva, retornando pela Doca em direção a Avenida Marechal Hermes até chegar ao Complexo do Ver-o-Peso, onde a festa culminou com a apresentação de artistas LGBTI+ no palco montado no ponto turístico.

Uma enorme bandeira do arco-íris, símbolo do movimento, puxou o trio elétrico refletindo a busca por representatividade. No discurso que abriu a 22ª Parada do Orgulho LGBTI+, Eduardo Benigno, um dos organizadores do evento e coordenador do Grupo Homossexual do Pará (GHP), ressaltou que a existência da população LGBTI+ não deve ser inviabilizada e que a realização do evento neste ano só foi possível devido ao trabalho coletivo de várias pessoas.

Kleber Amorim, um dos coordenadores do evento, destacou que a população LGBTI+ precisa de representação na sociedade e que o evento realizado este ano na Doca tem um significado especial. “Aqui na Doca, no ano de 2014, a Parada levou um milhão e meio de pessoas às ruas. Então, estar de volta nessa avenida representa muito para nós”, ressalta. Ele destaca, ainda, que ao longo dos anos o evento vai abraçando mais público, como a visilibilidade trans e lésbica. Jenverson Garcia, também um dos coordenadores da Parada deste ano, reforça que a população LGBTI+ sempre precisou resistir ao longo do tempo. 

A drag queen Sarah Monteserrat foi a primeira madrinha drag do evento no ano de 2014. Ontem, ela realizou uma performance artística no trio elétrico ao som do Hino Nacional. Orgulhosa de ser quem é, Sarah afirma que a luta por respeito e igualdade ainda é intensa na sociedade. “Mesmo existindo leis, ainda precisamos melhorar o acesso da população aos direitos que já possui. Não queremos mais que ninguém, apenas queremos igualdade”.

A presidente do Movimento LGBTI+ do Pará, Barbara Pastana, afirma que o evento é uma forma de resistência na luta e na busca por direitos humanos em favor da população LGBTI+. “São movimentos que nunca desistiram da causa. De forma geral, não temos inclusão na sociedade. Estamos perto de uma eleição e faltam propostas dos candidatos para representar nossa população e melhor garantir o nosso direito”, comenta.

Quem esteve pela primeira vez no evento foi a cuidadora de idosos, Elem Bezerra, 22 anos. Para ela, estar presente na Parada é uma forma de buscar mais respeito e igualdade, assim como “aproveitar a ocasião para fortalecer a causa”. O autônomo Beto Roberto, 37 anos, participa sempre do evento e afirma que ainda há muito preconceito contra a população LGBTI+ na sociedade e que “a Parada representa a força de sermos nós mesmos e resistir contra a discriminação”.

A 22ª da Parada do Orgulho LGBTI+ do Pará foi elaborada por oito meses, por meio do Grupo Homossexual do Pará e neste domingo contou com o apoio do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob). A previsão foi de que 50 mil pessoas comparecessem ao evento.