Belém viveu uma tarde e noite de emoção neste domingo (29), com o Clube do Remo dando um passo decisivo para o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro. A partida pela 5ª rodada do quadrangular da Série C, disputada contra o São Bernardo, no Estádio Mangueirão, terminou com o placar de 1×0, graças ao gol de Ytalo, marcado aos 45 minutos do primeiro tempo, deixando a torcida em êxtase. Durante a partida, nos bares da cidade, o clima era de ansiedade; após o resultado, já nas ruas que levaram à Doca, tradicional ponto de comemoração dos torcedores, o clima era de festa.
Enquanto o Mangueirão vibrava com a torcida em peso, bares e restaurantes da capital também estavam lotados de torcedores que acompanhavam o jogo pela TV. A movimentação foi intensa em vários pontos, como nas avenidas Duque de Caxias, Marquês de Herval, e travessa Lomas Valentinas, onde estabelecimentos ficaram repletos de pessoas que, entre goles de cerveja e gritos de incentivo, se entusiasmaram a cada lance da partida.
Bruno Brasil, de 39 anos, dono de um bar na passagem Antônio Baena, resumiu o sentimento coletivo: “A gente está jogando na saga. Muito feliz que nós vamos, com certeza, ter o acesso à série B. E o Remo vai ser campeão sim”. O autônomo Edinaldo Tenório, 53, também vibrava: “2×0 hoje para o Leão. Não vai ter para ninguém”, apostava no placar.
Para os que não conseguiram ingresso, a tensão nas ruas era palpável. Iuri dos Santos, 27, torcedor fervoroso que assistia ao jogo em um bar na rua Antônio Everdosa com Lomas Valentinas, mostrou confiança no time. “Vai finalizar 1×0. Vim de Ananindeua com meus amigos e estou confiante. O acesso está garantido”, disse Iuri, que acertou o placar.
Já no coração das celebrações, na avenida Visconde De Souza Franco, a famosa Doca, após o apito final, a festa começou de forma explosiva para a torcida azulina. A confeiteira Michelle Silveira, 43, acompanhou o jogo ao lado do cunhado e do sobrinho em um bar próximo de onde seria a comemoração. “Vim da Cremação assistir [o jogo] na Doca porque já sabia que ganharíamos. É indescritível. O Leão é minha paixão”, externou.
“Tava sem dormir a semana toda”, comentou o bancário Bruno Lameira, 45, ao lado do amigo Heitor Barata, 33. “Agora é comemorar o que a gente tinha de represado”, acrescentou Bruno. “Uma sensação inexplicável ver as bandeiras azulinas colorindo a noite belenense”, expressou Heitor.
Dinho Gomes, 46, levou os filhos Heitor, de 11 anos, e Daniel, de 15, para vivenciarem o momento de perto. Para ele, que também comemorou o acesso do Remo em 2020, a celebração tinha um sabor especial. “Quando o Remo subiu em 2020 não conseguimos vir para a Doca. Um dos meus filhos tem autismo e, apesar do barulho [dos sons automotivos], ele queria muito vir. Ele falou ‘eu quero comemorar na Doca o Remo’. E quando finalizou, pensei ‘tenho que levar ele para aproveitar, porque é um momento muito especial”, contou.
Confira abaixo a festa da galera com registros da repórter Even Oliveira.