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A vida de Sidney Magal nos cinemas

Premiado em Gramado e dirigido por Joana Mariani, filme conta com entrevista inédita de Sidney Magal. FOTO: Rodrigo West/Mar Filmes/ Divulgação
Premiado em Gramado e dirigido por Joana Mariani, filme conta com entrevista inédita de Sidney Magal. FOTO: Rodrigo West/Mar Filmes/ Divulgação

Só uma menção à Sidney Magal é suficiente para trazer à mente performances dançantes e cheias de sensualidade ao ritmo de músicas como “Meu Sangue Ferve por Você”, “Sandra Rosa Madalena” ou “Me Chama Que Eu Vou”. Esta última acabou dando título ao primeiro filme que retrata a vida e a obra do cantor, lançado em 2020 no Festival de Gramado, onde venceu na categoria Edição, e que finalmente chega aos cinemas, nesta quinta-feira, 12.

Em formato de documentário, o longa-metragem é dirigido por Joana Mariani e faz um recorte bem humorado, revelador e carinhoso de um dos cantores mais queridos do Brasil. Nascido Sidney Magalhães, Magal se abre em primeira pessoa falando desde sua infância até o presente, passando por momentos importantes de sua carreira e pelo casamento com Magali West. A própria música que intitula o filme foi um marco na carreira do artista sendo tema de abertura da novela “Rainha da Sucata”, em 1990.

Documentário conta com materiais guardados pelo próprio artista. FOTO: reprodução

O início de “Me Chama Que Eu Vou” conta com uma montagem dinâmica ao utilizar imagens de diversas participações do cantor em programas de televisão ao longo de décadas ao ritmo da canção-título. Depois, passa pela descoberta musical, a carreira, a queda e a retomada.

Conta algumas histórias inusitadas, como quando Magal pediu a Vinicius de Moraes para compor uma música para ele; a maneira como escolheu o seu nome artístico na Itália; a rejeição inicial pela Globo; a crítica feita por Rita Lee ao cantor, o rótulo de brega como uma forma de diminuí-lo e o resgate elitista ocorrido nos anos 2000 que o tornou cult.

Magal já esteve também em peças de teatro e filmes, algo que ele mesmo define como “um pouco abusado de minha parte”, e vê o documentário como uma espécie de coroação. “É um filme delicioso porque ele é muito real, ele é quem é o Sidney Magal, quem é o Sidney Magalhães para vocês. Isso é uma alegria, isso faz parte da história do nosso país, da cultura do nosso país. E agora eu quero que todos curtam bastante o Sidney de Magalhães, porque eu tô inteiro nesse documentário para vocês”.

Magal conta sua trajetória em primeira pessoa. FOTO: Mar Filmes/Divulgação

Joana conheceu o cantor no começo dos anos 2000, durante as filmagens do clipe da música “Tenho”, dirigido por Pedro Becker e no qual assina como diretora assistente. A partir daí, ela nunca mais perdeu contato com o artista e sua família.

“A cada encontro, as histórias de vida, das experiências e ‘causos’ contados por ele fascinava a todos. Sidney Magalhães é uma figura deliciosa, muito diferente da personagem que ele criou para sua vida artística, o Sidney Magal”, conta a cineasta.

A produtora do filme Diane Maia, no entanto, aponta que “Magal reflete na vida pessoal a mesma alegria que canta em suas músicas”. “Uma pessoa que nos abriu sua casa, sua intimidade e nos deixa o legado de que, na vida, sempre há o lado bom, mesmo que tudo pareça ruim. O momento é um presente, e há sempre uma razão pra ser feliz”, acrescenta.

Gravações foram baseadas em muita conversa nos bastidores e na pré-produção. FOTO: Rodrigo West/Mar Filmes/Divulgação

A diretora define o filme como “uma conversa gostosa de mesa de bar” trazendo um apanhado de lembranças e memórias, com depoimentos de sua companheira, Magali, que conta, entre outras coisas, como o cantor a conquistou, quando ela ainda era uma jovem estudante em Salvador; e do filho, Rodrigo, em uma comovente recordação sobre a saída da família do Rio de Janeiro.

Documentário inclui depoimento de familiares de Sidney Magal. FOTO: Mar Filmes/Divulgação

O filme é fruto de um longo processo de pesquisa, e conta com várias imagens de arquivos de televisão e do próprio Magal. “Tivemos amplo acesso ao Acervo Globo, apoio de outras emissoras que nos cederam imagens que encontramos com pesquisadores, e, também, tivemos duas profissionais na casa do Magal por um mês digitalizando mais de 10 mil documentos históricos de sua carreira. A digitalização deste material foi não somente um presente para o filme, como para o Magal, que agora tem tudo organizado, datado e armazenado”, destaca Diane.

*com informações da assessoria