MAIS UMA VÍTIMA

Morre adolescente que seria 2ª vítima brasileira em bombardeio no Líbano

Familiares de uma adolescente brasileira de 16 anos afirmam que ela foi morta no Líbano durante ataques aéreos feitos por Israel.

Familiares de uma adolescente brasileira de 16 anos afirmam que ela foi morta no Líbano durante ataques aéreos feitos por Israel.
Familiares de uma adolescente brasileira de 16 anos afirmam que ela foi morta no Líbano durante ataques aéreos feitos por Israel.

Familiares de uma adolescente brasileira de 16 anos afirmam que ela foi morta no Líbano durante ataques aéreos feitos por Israel. Se confirmado, o caso pode configurar a segunda vítima nascida no Brasil em território libanês desde que as forças de Tel Aviv ampliaram as ofensivas contra o Hezbollah.

A brasileira foi identificada como Mirna Raef Nasser. Ela nasceu em Balneário Camboriú (SC) e se mudou para o Líbano quando tinha 1 ano. As informações foram noticiadas primeiro pela Band.

A morte foi confirmada à reportagem por familiares de Ali Kamal Abdallah, o brasileiro de 15 anos que também morreu em ataques israelenses no Líbano. As vítimas moravam no mesmo vilarejo, localizado no vale do Bekaa, e foram atingidas por bombardeios na última segunda-feira (23).

À GloboNews Ali Bu Khaled, o tio de Mirna, afirmou que a adolescente e familiares chegaram a deixar a região após os ataques israelenses ficarem mais intensos, mas precisaram voltar para buscar pertences. Ele disse que o pai dela, que não é brasileiro, também foi morto na ação.

Não há confirmação oficial sobre a morte de Mirna. Na véspera, o Itamaraty anunciou a morte de Abdallah, nascido em Foz do Iguaçu (PR). Também informou que a Embaixada do Brasil em Beirute está prestando assistência aos familiares dele.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (26), o Itamaraty afirma que o adolescente foi atingido por uma explosão “como resultado dos intensos bombardeios israelenses na região”. “Ao solidarizar-se com a família, o governo brasileiro reitera sua condenação, nos mais fortes termos, aos contínuos ataques aéreos israelenses contra zonas civis densamente povoadas no Líbano e renova seu apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades”, disse a pasta no texto.

O vale do Bekaa fica a leste de Beirute e se tornou alvo de bombardeios israelenses devido à presença de forças do Hezbollah. Autoridades libanesas e organizações independentes, no entanto, afirmam que os ataques ocorrem em áreas povoadas e que centenas de civis estão entre as vítimas.

Somente nesta quinta, o Exército de Israel afirmou que as forças do país atacaram 75 alvos do Hezbollah, no sul e no leste do Líbano. Na cidade de Yunin, ao menos 20 pessoas, quase todas de nacionalidade síria, foram mortas, segundo o Ministério da Saúde libanês. O grupo extremista, por sua vez, teria disparado ao menos 80 foguetes contra o território israelense -não há relatos de vítimas ou de danos significativos.

Bombardeios israelenses mataram mais de 600 pessoas e forçaram cerca de 90 mil a fugirem de suas casas no Líbano desde a segunda-feira, segundo a ONU. Entre os deslocados, mais de 30 mil entraram na vizinha Síria.

O Hezbollah é aliado do Hamas, a facção que fez o mega-atentado terrorista em 7 de outubro do ano passado no qual 1.200 israelenses foram mortos. Ambos os grupos são patrocinados pelo regime do Irã, arqui-inimigo de Tel Aviv. Desde o começo da guerra na Faixa de Gaza, o grupo baseado no Líbano tem disparado foguetes contra Israel para apoiar a facção palestina.

Assim como ocorre no conflito contra o Hamas na Faixa de Gaza, autoridades de Israel afirmam que integrantes do Hezbollah usam a população como escudos humanos, o que a facção nega.

Há cerca de 21 mil brasileiros no Líbano, segundo o Itamaraty. Como mostrou a Folha de S.Paulo, brasileiros relatam rotina de medo diário após ataques de Israel. As consequências dos conflitos recentes são mais sentidas no sul libanês, e milhares de pessoas fogem para o norte.

Os bombardeios israelenses causam apreensão também no Brasil, lar da maior comunidade libanesa do mundo. Segundo o governo brasileiro, há cerca de 7 milhões de cidadãos do Líbano e descendentes no país. O Líbano, por sua vez, abriga o maior número de brasileiros no Oriente Médio.