Hérnia de disco e dor lombar foram as causas que mais geraram benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) no Brasil em 2023, segundo o Ministério da Previdência Social. Esse benefício é concedido pelo INSS quando o trabalhador ou trabalhadora precisa ficar afastado do serviço por mais de 15 dias por motivo de doença. Para obtê-lo, é necessário passar por uma perícia médica.
Dados do Ministério mostram ainda que dos mais de 2,5 milhões de trabalhadores que conseguiram o benefício de incapacidade temporária no ano passado, a hérnia de disco está no topo do ranking, com o afastamento de 51,4 mil beneficiários. A dor na lombar é a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil, com 46,9 mil trabalhadores distanciados.
De acordo com o fisioterapeuta Raphael Torres, conforme estudos e pesquisas da área, até o ano de 2050, o planeta vai observar um crescimento de até 40% de dores na lombar da população. A dor na lombar é uma sensação de desconforto ou dor na região da coluna vertebral, mais especificamente na parte inferior, perto da bacia. Segundo o Ministério da Saúde, este é um dos problemas de saúde mais comuns em adultos.
A dor na lombar não é uma doença. É um tipo de dor que pode ter diferentes causas, algumas complexas, porém, na maioria das vezes o problema não é sério. Algumas vezes a dor se irradia para as pernas com ou sem dormência. “Frequentemente, o problema causador da dor na lombar é a postura errada ao longo do tempo”, ressalta o fisioterapeuta sobre os hábitos inadequados de como as pessoas se sentam.
A prevenção envolve mudanças de hábitos, como evitar ficar sentado por muito tempo e se movimentar a cada 40 minutos. Atividades físicas podem prevenir a condição, como a aeróbica, caminhada, corrida e Pilates. Para o tratamento, são indicados medicamentos analgésicos ou anti-inflamatórios. “Há também a osteopatia, que é uma técnica de fisioterapia manual que ajuda a melhorar os sintomas”, comenta Raphael Torres. Caso não seja tratada adequadamente, pode surgir dor crônica e dependência de medicamentos. Sedentarismo, tabagismo e obesidade são considerados fatores de risco para a dor na lombar.
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HÉRNIA
Já a hérnia de disco caracteriza-se pela “alteração dos discos intervertebrais com o tempo, o que facilita o surgimento de hérnias que comprimem o nervo ciático, podendo resultar em dor”, de acordo com explicação do fisioterapeuta. O paciente de hérnia de disco pode não ter sintomas ou, então, sentir dor de intensidade leve, moderada ou tão forte que chega a ser incapacitante. Os sintomas são diversos e estão associados à área em que foi comprimida a raiz nervosa. Os mais comuns são formigamento com ou sem dor; dor na coluna; na coluna e na perna (e/ou coxa); apenas na perna ou na coxa; na coluna e no braço; ou apenas no braço.
O fisioterapeuta Raphael Torres destaca que de 20% a 30% são causas ligadas a fatores hereditários. Obesidade, tabagismo, sedentarismo e má postura ao sentar também podem resultar em hérnia de disco. “Mais de 90% dos casos não precisam de cirurgia e melhoram em até três meses, dependendo do caso e do seguimento à risca do tratamento adequado”. Um dos tratamentos pode ser feito por meio da fisioterapia com a maca de tração computadorizada, que ajuda a descomprimir o nervo ciático.
Caso o tratamento não seja respeitado, o paciente pode necessitar de cirurgia. A recomendação para evitar a doença é desenvolver hábitos saudáveis de vida. “Mesmo com a rotina corrida, é importante o olhar para a prevenção e praticar regularmente atividade física, realização de exercícios de alongamento e de exercícios para fortalecer a musculatura abdominal e paravertebral, assim como a postura corporal correta é fundamental na prevenção contra as doenças da coluna”, destaca Raphael Torres.
A fisioterapia permite a recuperação do paciente por meio de estabilização vertebral e exercícios de musculação, além de prevenir doenças na região e aliviar a dor. “O fisioterapeuta tem papel fundamental para ajudar a melhorar a qualidade de vida do paciente nas diferentes situações, como no trabalho ou para realizar atividades físicas, e permitir, ainda, que as doenças da coluna sejam minimizadas no cotidiano”, assegura o fisioterapeuta.
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