Matheus Anjos, meia que perdeu espaço ao longo da Série C e parecia já fora do radar do técnico Rodrigo Santana, foi a grande novidade contra o Volta Redonda. Em um lance apenas, ele passou a certeza de que é um jogador que pode ter muita utilidade ainda para o Remo no quadrangular decisivo.
Foi quem recebeu a bola junto à área e acabou derrubado ao tentar limpar o lance para o arremate. O pênalti foi a salvação da lavoura para os azulinos. Àquela altura, a partida estava nos acréscimos e só um milagre poderia evitar a derrota. E o milagre veio através da habilidade de Matheus, que aplicou uma finta seca e provocou a falta.
Aos 25 anos, Matheus veio para o Remo no começo da temporada, depois de boas passagens por Guarani e Atlético-PR. Parecia o jogador talhado para resolver o problema de criatividade no meio-de-campo azulino, situação que permanecia sem solução há muito tempo.
Logo nos primeiros jogos, ainda no Campeonato Paraense, deixou uma boa impressão. Dono de boa técnica, destreza na condução da bola e categoria nas cobranças de falta, deixou a impressão de que seria titular.
A falta de regularidade acabou prejudicando a caminhada de Matheus, que foi ficando como segunda e às vezes até terceira opção. Quando a Série C começou, ele já não era opção preferencial e ficou relegado à suplência.
As contusões acabaram atrapalhando ainda mais as chances do meia, que perdeu lugar depois que Jaderson ganhou a condição de titular e Pavani cresceu como alternativa de volante/meia.
O resultado obtido pelo Remo contra o Volta Redonda com sua colaboração direta recolocou Matheus na ordem do dia. Não vai assumir a titularidade, mas passa a ser visto com outros olhos e pode ganhar nova oportunidade para compor a equipe no 2º tempo, fazendo uso de suas maiores virtudes: o passe qualificado e a facilidade para lançamentos e bolas paradas.
Diante do São Bernardo, domingo, é um nome cotado para entrar na partida caso seja necessário tornar a meia-cancha mais produtiva e capaz de controlar o jogo com a troca de passes. É o típico caso de jogador que se recoloca em cena na hora decisiva.
Formação do ataque em debate no Papão
Com a fase pouco produtiva de Nicolas, volta-se a especular a utilização de um ataque alternativo para os próximos jogos, talvez formado exclusivamente por estrangeiros. Yony Gonzalez seria o atacante centralizado, tendo Borasi na direita e Esli García na esquerda.
A escolha desses nomes nem estaria sendo aventada caso a situação na tabela fosse tranquila e o time não ostentasse a negativa marca de apenas uma vitória em 12 rodadas da Série B.
Os últimos jogos deixaram a impressão de que Nicolas não se encontra no melhor momento da carreira. Ídolo da torcida Fiel e com uma extensa folha de serviços prestados ao clube, ele tem sido peça improdutiva, desperdiçando chances que normalmente costuma transformar em gols.
Até a conhecida categoria no jogo aéreo tem sido pouco exercitada nesta Série B, lembrando até o mau desempenho com a camisa do Ceará Sporting no Brasileiro 2023, quando, como agora, marcou somente 3 gols.
Esse baixo rendimento pode ser atribuído a alguns fatores, como o próprio desempenho errático do time desde o 1º turno. No entanto, desponta como causa principal o problema físico decorrente de lesão sofrida há dois meses.
De imediato, ficou ausente de algumas partidas, mas em consequência das necessidades do time teve seu retorno precipitado, ainda sob o comando de Hélio dos Anjos. No clube, há quem avalie que a volta ao time diante do Santos, na abertura do returno, foi um erro que custou caro ao atleta.
Para ocupar a função que seria do centroavante, o técnico Márcio Fernandes tem a opção de Yony González ou a formação de um ataque sem um atacante centralizado. Tudo, obviamente, precisa ser definido e treinado para o desafio de amanhã contra o Ituano, na Curuzu.
Além de correr contra o tempo, Márcio enfrenta críticas e desconfianças da torcida pela primeira vez desde que assumiu o time. Precisa tomar coragem para determinar mudanças que nem sempre são fáceis de assimilar.
Justiça homologa prisão preventiva dos baderneiros
No maior flagrante coletivo da história da Polícia Civil do Pará, 297 pessoas foram presas em consequência dos tumultos provocados na segunda-feira (23) à tarde, antes do jogo PSC x Sport, na Curuzu. Facções uniformizadas do próprio PSC, do Sport e do Remo entraram em confronto nas ruas do bairro de São Braz, em Belém, aterrorizando pessoas e depredando lojas e outros estabelecimentos comerciais.
Ontem, a Justiça homologou a prisão preventiva dos envolvidos, que estão recolhidos aos presídios da capital paraense. Ao todo, foram detidas 297 pessoas, das quais 265 são adultos que estão sob custódia em unidades prisionais e à disposição da Justiça.
A prisão foi decretada com base em crimes previstos nos artigos 129, 163 e 288 todos do CPB, sendo lesão corporal, vandalismo, e associação criminosa; no artigo 201 da Lei Geral do Esporte, sobre promoção de tumulto e a incitação à violência, e o artigo 244-B do ECA, que versa sobre corrupção de menores.
Depois de tipificar os atos de violência como próprios do “crime organizado”, o secretário de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Ualame Machado, declarou ontem que a prisão preventiva dos baderneiros demonstra a seriedade que os órgãos de segurança estão desempenhando na apuração e esclarecimentos dos graves acontecimentos da segunda-feira.
A partir de agora, segundo ele, o Sistema de Segurança Pública Estadual vai atuar no sentido de adotar medidas mais drásticas, a fim de evitar que episódios de pancadaria generalizada nas ruas se repitam em Belém.
O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Proteção ao Torcedor e de Grandes Eventos (DPTGE). De acordo com o titular da especializada, Marco André, elementos continuam sendo apurados, incluindo a verificação das imagens de câmeras nas áreas onde ocorreram os tumultos.