Lula agradece a Helder por reunir governadores após atos de terrorismo

Por Gerson Nogueira e Carol Menezes

A partir da posição de liderança na Amazônia e da proximidade com o presidente Lula, o governador Helder Barbalho foi quem sugeriu a reunião dos governadores, ontem, no Palácio do Planalto. Uma demonstração inequívoca de união entre os poderes da República, que contou ainda com a presença da presidente do STF, Rosa Weber, dos presidentes de Câmara Federal e Senado e representantes da Frente Nacional de Prefeitos. Helder foi o primeiro a falar defendendo enfaticamente a democracia e rigor na punição aos terroristas. Ainda durante o encontro, o presidente Lula agradeceu a Helder pela iniciativa.

REFORÇO

Pela manhã, em mensagem nas redes sociais, Helder Barbalho anunciou o desmonte do acampamento bolsonarista em frente ao quartel do II BIS em Belém, o primeiro a ser desmobilizado após a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Em conexão com a reação dos principais poderes aos ataques terroristas ocorridos em Brasília, o governador ordenou o envio de 60 integrantes da tropa de choque da Polícia Militar para reforçar as ações de segurança em Brasília. É a primeira vez que o Estado do Pará participa de uma mobilização desse porte.

RETIRADA

Bolsonaristas golpistas acampados diante do quartel do 8º Batalhão de Engenharia e Construção (8º BEC), em Santarém, começaram a ser retirados na tarde de ontem. As barracas foram desmontadas sem que a PM precisasse agir. O clima era de desolação por parte dos bolsonaristas, mas as reclamações foram em tom pacífico. O presidente da Federação dos Municípios do Estado do Pará, o prefeito Nélio Aguiar, de Santarém, emitiu nota ontem repudiando a violência e a depredação de prédios e bens públicos por bolsonaristas golpistas.

MOITA

Um seleto grupo bolsonarista paraense que abriga empresários, produtores do agronegócio, pastores e dois parlamentares tomou chá de sumiço nas redes sociais desde a noite de domingo, 8. Muito ativos através de seus perfis sociais e corporativos, todos se recolheram a um mutismo ensurdecedor. O motivo talvez esteja na notícia da instalação de uma força-tarefa de investigadores, policiais federais e especialistas em cibernética buscando identificar apoiadores e financiadores do ataque terrorista às sedes dos poderes da República, em Brasília.

REPÚDIO

A direção do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário do Pará (Sinjep-PA) repudia em nota “o movimento golpista que se instalou em nosso país e ontem praticou atos de terrorismo na capital federal com a invasão e depredação no Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto”. Acrescenta que “os crimes cometidos atentam contra o Estado Democrático de Direito e, por isso, devem ser investigados e punidos todos os envolvidos, especialmente os que financiam, bem como as condutas dos agentes públicos que tenham sido coniventes por ação ou omissão”.

CRIME

A Promotoria Militar entrou no caso que envolve a morte do jovem Breno da Silva Ramos, ocorrida no dia 30 de dezembro em S. Sebastião da Boa Vista após abordagem policial. Familiares e amigos do comerciário Breno da Silva Ramos, de 18 anos, continuam mobilizados exigindo justiça. Segundo a família, ele foi morto com dois tiros, disparados por dois PMs que usavam uma motocicleta para fazer ronda pelo bairro. Após os tiros, ele foi levado para um hospital pelos policiais, mas não resistiu. O promotor Armando Brasil informou que o caso já está sob apuração.

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