SEGUNDO INVESTIGAÇÕES

Deolane usou filho adolescente para lavar dinheiro de bet, aponta investigação

Deolane Bezerra usava o filho de 17 anos no esquema de lavagem de dinheiro, no qual a mãe dela, Solange Alves Bezerra, também é investigada.

Deolane Bezerra. Foto: Divulgação
Deolane Bezerra. Foto: Divulgação

A Polícia Civil de Pernambuco apontou que a influenciadora e advogada Deolane Bezerra usava o filho de 17 anos no esquema de lavagem de dinheiro, no qual a mãe dela, Solange Alves Bezerra, também é investigada. Informações contidas no inquérito mostram uma movimentação de quase R$ 1,4 milhão feita na conta bancária do adolescente, quantia que não corresponde à sua renda mensal declarada, no valor de pouco mais de R$ 2 mil.

Deolane e Solange deixaram a prisão nesta terça-feira (24). Alvos da Operação Integration, elas estavam presas preventivamente desde 4 de setembro. Além das duas, a Justiça de Pernambuco mandou soltar outros 15 investigados. A decisão se deu após o pedido de habeas corpus da defesa de Darwin Henrique da Silva Filho, dono da Esportes da Sorte, ser acatado pelas autoridades na segunda-feira.

Mãe e filha são investigadas por suspeita de integrarem uma organização criminosa envolvida com jogos ilegais e lavagem de dinheiro, entre elas a Esportes da Sorte. Um dos indícios do suposto envolvimento de Deolane e Solange no esquema foi transações bancárias milionárias, que inclui a conta corrente do filho adolescente da influenciadora.

Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontados no inquérito, ao qual O GLOBO teve acesso, apontam que, entre os dias 1º de dezembro e 31 de maio, o jovem de 17 anos recebeu um montante de R$ 1.393.959,84. Cerca de 99% das transações foram feitas em pequenas quantias via Pix, entre o adolescente e sua avó. A mãe de Deolane também usava, de acordo com as investigações, um e-mail com o nome do neto para realizar negócios.

No período analisado, a Coaf apontou ainda que o adolescente tinha uma renda mensal de R$ 2.033,29, o que torna suspeito o saldo milionário em conta.

“Chama atenção a incompatibilidade entre a renda mensal e o volume transacionado a crédito no período analisado, o que pode indicar que cliente tenha parte de sua movimentação na informalidade e/ou recursos transacionados sejam provenientes de atividades não declaradas”, conclui o inquérito.

Procurada pelo GLOBO, a defesa de Deolane disse que, devido ao segredo de justiça, os advogados tem como conduta se manifestar apenas nos autos.

(AG)