Belém recebe, a partir de hoje, 25, a 4ª edição do Festival de Música e Poesia, que dessa vez apresenta como atração principal o show “Lágrimas do Mar”, com Arnaldo Antunes e Vitor Araújo. O evento será nesta quinta, 26, no Teatro Margarida Schivasappa, e também terá shows de BelTrio e Lucas Imbiriba. Mas hoje, a programação inicia com aulas e bate-papos com os artistas envolvidos, falando sobre as duas artes a que o festival é dedicado.
Nesta quarta, o músico e escritor paraense Renato Torres encabeça a oficina “Palavra Cantada”, na Casa Soma. Ele investiga os entrelaçamentos entre a palavra e a melodia na canção popular, abordando o processo criativo, diferença entre poesia e letra de música, prosódia, paródia, rima e verso livre, canto falado e rap, música folclórica, parlenda e cantiga de roda.
Ainda no primeiro dia do Festival, Vitor Araújo, parceiro de palco de Arnaldo Antunes, ministra o workshop “O Piano Brasileiro e Sistemas de Composição”, no Teatro Margarida Schivasappa. Enquanto isso, o músico, compositor e poeta paulista sobe ao palco do Cine Líbero Luxardo para um bate-papo musical, em que compartilhará um pouco da sua experiência e vivências na música.
SHOW
Na quinta, Arnaldo e Vitor estarão juntos no palco com o show “Lágrimas do Mar”. Nome consagrado em território brasileiro por assinar composições como “Pulso”, “Alma”, “Socorro”, “Não Vou Me adaptar”, “Beija Eu”, “Infinito Particular”, “Vilarejo”, “Velha Infância” e “Quem Me Olha Só”, Arnaldo Antunes descreve o trabalho ao lado do pianista pernambucano Vitor Araújo como “um disco que tem uma vontade engasgada de chorar”.
“Estávamos ensaiando para o show de ‘O Real Resiste’ quando fomos surpreendidos pela pandemia”, comenta Arnaldo Antunes. “A troca com o Vitor foi um acerto e partimos daqueles ensaios para criar as novas narrativas e extensões sonoras do ‘Lágrimas no Mar’”, comenta.
O espetáculo parte do recém-lançado álbum homônimo, com nove faixas minimalistas. Além das músicas deste trabalho, o repertório também traz canções do disco “O Real Resiste”, lançado por Arnaldo Antunes em 2020 e ponto de partida para o mais recente álbum.
Em formato voz e piano, o show tem um setlist que parte da introspecção, mas que, segundo os artistas, ganha dimensões de sentimento compartilhado com o público. “Fim de Festa”, “Como 2 e 2” e “Lágrimas no Mar” são dadas como certas no repertório, que terá também composições de outras fases da carreira de Arnaldo Antunes e poemas entoados ao longo da apresentação.
A noite ainda terá as apresentações do violonista Lucas Imbiriba, que apresenta um estilo próprio de tocar violão Fingerstyle, com influências da Guitarra Flamenca e do Violão Brasileiro, interpretando hinos do rock clássico, como “Stairway to Heaven”, “Hotel California” e “Bohemian Rhapsody”, assim como grandes temas de filmes e séries como “Game of Thrones”.
Já o BelTrio une Rodolfo Santana, Luiz Sena e Eryck Giacon. Rodolfo, que tem formação acadêmica em música, foi integrante da banda La Pupuña e atualmente faz parte do grupo de “contação de histórias” Patshowli, além de lecionar piano no Instituto Estadual Carlos Gomes há mais de 15 anos. O violoncelista Luiz Sena colaborou com importantes orquestras, como a Filarmônica de Minas Gerais, a Sinfônica de São Paulo, e a Orquestra de Ouro Preto. Atualmente é o principal cello da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz e e integra o Fukuda Cello Ensemble.
O paulista Eryck tocou em concertos sob regência dos maestros Rafael Frühbeck de Burgos, Michail Jurowski, Frank Shipway, Marin Alsop, John Nelson, Yan Pascal Tortelier, entre outros e desde 2021 é membro dos primeiros violinos da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz.