ELEIÇÕES 2024

Analista avalia trajetória dos candidatos a partir das pesquisas em Belém

De acordo com especialista, enquanto o candidato do PL atingiu o teto máximo, o do MDB, até o momento, pode ter espaço para crescer mais.

Fotos: Wagner Almeida e Ricardo Amanajás/Diário do Pará
Fotos: Wagner Almeida e Ricardo Amanajás/Diário do Pará

As duas últimas pesquisas realizadas sob encomenda pelos institutos Quaest e Acertar, divulgadas respectivamente nos dias 21 e 7 de setembro, sugerem o crescimento da preferência do eleitorado pelo nome de Igor Normando (MDB) para prefeito de Belém, e que o segundo colocado, Éder Mauro, do PL, parece ter atingido o pico de máximo de crescimento e agora estagnou. Se as análises estiverem corretas, o prefeito Edmilson Rodrigues (Psol), que busca a reeleição, pode não chegar ao segundo turno – isso se houver segundo turno.

Na estimulada, que é quando os questionadores mencionam os nomes dos candidatos aos entrevistados, Igor saiu de 21% para 42%, Éder Mauro caiu de 23% para 21% e Edmilson tem 11%, sendo que antes tinha 15%. Na espontânea, em que os eleitores são perguntados sobre em quem irão votar, mas sem nomes citados, o emedebista cresceu de 9% para 26%, o candidato do PL também aumentou de 9% para 14% e o psolista saiu de 6% para 8%.

A Quaest também fez simulação sobre um eventual 2º turno, e o resultado é de que Igor Normando venceria contra qualquer concorrente, enquanto Éder Mauro venceria Edmilson e estaria em empate técnico com Jefferson Lima.

ACERTAR

Já a pesquisa Acertar foi divulgada na primeira semana do horário eleitoral gratuito: Igor então tinha 32% (antes tinha 22%), Éder Mauro 21% (antes tinha 23%) e Edmilson 13% (antes tinha 12%), isso na estimulada. No voto espontâneo, Normando registrou crescimento de 10% para 23% na preferência do eleitor. Éder Mauro também cresceu, de 10% para 14% e o terceiro, Edmilson Rodrigues.

Professor e analista de política, Henrique Branco avalia o notório crescimento de Igor relacionado ao desempenho de Rodrigues no mandato iniciado em 2021 e ainda à incisiva presença do governo estadual na capital.

“A péssima gestão de Edmilson e a forte atuação do governo do Pará em Belém, sobretudo, na periferia, criou nesse eleitorado, até então, reduto eleitoral do atual mandatário, um sentimento de que com um prefeito indicado, do mesmo partido do governador Helder Barbalho (MDB), a realidade desses locais pode mudar para melhor e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Outro ponto é que o MDB é da base do governo Lula (PT), o que garante também parcerias da prefeitura de Belém com a máquina federal”, destrincha.

Ele destaca ainda o tempo que Igor passou à frente da Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), pasta responsável pela administração das Usinas da Paz como fator decisivo para o nome do MDB se popularizar. “Sua imagem ‘colou’ perfeitamente à do governador. Isso criou um sentimento de parceria junto ao eleitorado”, justifica Branco.

Éder Mauro, por sua vez, teria atingido o “teto”. “A parcela bolsonarista na capital corresponde a uma faixa de 20% a 30%. Há ainda os que se declaram bolsonaristas, mas não votam no candidato do PL por ter postura mais truculenta”, aponta.

VAI TER 2º TURNO?

Se Igor continuar a crescer nesse ritmo, explica Branco, a eleição em Belém poderá ser decidida em primeiro turno, marcado para o dia 6 de outubro, ou seja, em menos de três semanas. “O teto do candidato do MDB ainda não é conhecido. Pelo visto, ainda há margem de crescimento. Resta saber quanto. Creio que a eleição deverá ir ao segundo turno, mas não descarto ser decidida no próximo dia 6. Vamos esperar mais alguns dias para ter uma sinalização mais concreta”, sugere.

REGRAS

As regras que definem a necessidade de realização de segundo turno em uma eleição constam na Constituição Federal de 1988.

Pelo critério da maioria absoluta, para ser eleito, não basta ao candidato simplesmente obter mais votos do que seus concorrentes. Ele precisa ir além, devendo obter mais da metade dos votos válidos (excluídos os votos em branco e os votos nulos) para ser eleito, em primeiro ou em segundo turno.

Por esse sistema, uma vez obtida maioria absoluta dos votos válidos já em primeiro turno, o candidato é considerado eleito, não se realizando segundo turno.

PESQUISAS ESTIMULADAS

QUAEST – 21/09/2024

Igor Normando (MDB) 42% (eram 21%)

Éder Mauro (PL) 21% (eram 23%)

Edmilson Rodrigues (Psol) 11% (eram 15%)

Jefferson Lima (Podemos) 6% (eram 14%)

Thiago Araújo (Republicanos) 5% (eram 8 %)

Eguchi (PRTB) 1% (eram 3%)

Raquel Brício (UP) 0% (era 1%)

Wellingta Macêdo (PSTU) 0% (eram 1%)

Ítalo Abati (Novo) 0% (eram 1%)

Indecisos 8% (eram 6%)

Brancos e nulos 6% (eram 7%)

*A pesquisa da Quaest foi encomendada pela TV Liberal, realizada presencialmente com 900 eleitores de 16 anos ou mais entre os dias 18 e 20 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número PA-02557/2024.

INSTITUTO ACERTAR – 07/09/2024

Igor Normando (MDB) 32% (antes tinha 22%)

Éder Mauro (PL) 21% (antes tinha 23%)

Edmilson Rodrigues (Psol) 13% (antes tinha 12%)

Jefferson Lima (Podemos) 8% (antes tinha 11%)

Thiago Araújo (Republicanos) 7% (antes tinha 8%)

Eguchi (PRTB) 2% (antes tinha 3%)

Raquel Brício (UP) 1%

Ítalo Abati (Novo) 1%

Wellingta Macêdo (PSTU) 0%

Brancos e nulos 8%

Não sabe/não respondeu 7%

*A pesquisa Acertar foi registrada junto ao TSE e Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PA) com o número de registro PA05591/2024. A margem de erro é de 3,5% sobre os resultados gerais da pesquisa. O nível de confiança é de 95,0%. Foram realizadas 840 entrevistas. A pesquisa foi contratada pelo DIARIOS DO PARA LTDA.