Afropunk une artistas baianos e paraenses num caldeirão musical

O Afropunk Brasil desembarca pela primeira vez em Belém, com o Afropunk Experience, uma edição compacta do festival baiano, condensando a programação em uma única data: este sábado, 21 de setembro, a partir das 17h30, no Espaço Náutico Marine Club. O evento, que tem como premissa se aproximar do povo brasileiro e sua diversidade étnica, terá duração de dez horas, com shows de Dona Onete, Olodum, Black Alien, Mega Príncipe Negro e Bruna BG e Rock Doido do Psica.

A capital paraense será a primeira a receber um evento da plataforma Afropunk no Brasil fora de Salvador. “As pessoas entendem que o óbvio é ir para o Sudeste de início, mas o Afropunk no país também tem como missão apresentar os diversos ‘Brasis’, a diversidade cultural que temos, e por isso a praça Belém foi escolhida como início dessa viagem da plataforma pelo país”, falou Haloá Sousa, executiva de Negócios do Afropunk Brasil.

“A ideia de chegar em outras praças, além de Salvador, começou quando entendemos a maturidade da marca Afropunk no Brasil, assim como também uma forma de atender aos pedidos da comunidade afropunker de ter o evento acontecendo nas cidades. Fora do país, a marca já funciona como uma plataforma, com eventos diversos acontecendo durante o ano para além do festival calendarizado anualmente. Então, entendemos que era o momento de levarmos a experiência Afropunk para outros lugares”, disse a executiva.

A ideia é que o evento paraense seja uma prévia do clima do festival em Salvador, nos dias 9 e 10 de novembro. Por aqui, o evento teve a parceria do Festival Psica na curadoria. “O Afropunk no Brasil entende a importância de valorizar a cultura local e colocar os artistas destes lugares em destaque. Fazemos isso em Salvador, trazendo representação dos diversos estilos musicais que temos na cidade, e em Belém não seria diferente. Chegamos pedindo Agô (licença), respeitando o lugar onde chegamos”, destacou Haloá.

A organização do evento define a curadoria da edição como singular, que mistura o melhor da música paraense com pitadas do som baiano, com as apresentações da rainha do carimbó chamegado, Dona Onete, a banda Olodum, símbolo da cultura baiana – e que agitou mais de 50 mil pessoas na última edição do festival em Salvador –, um dos maiores rappers de sua geração, o carioca Black Alien, com sua longa e eclética bagagem musical, a Aparelhagem Mega Príncipe, dona do remix da música paraense “Mega Príncipe Negro”, sucesso tecnomelody que foi parar no Festival Masters of Puppets, na República Checa, a rapper paraense Bruna BG e o Rock Doido do Psica, um dos principais representantes do tecnobrega.

Gerson e Jeft Dias, produtores do Festival Psica, comemoram a parceria não só no aspecto musical. “O Afropunk é um festival que levanta pautas em comum com o Psica: fala muito de negritude, do comportamento anti-homofobia, antirracismo. É muito importante que a gente fortaleça a relação com festivais que têm essa mesma narrativa”, disse Jeft.

“As expectativas são as melhores possíveis, pensando no encontro de sonoridades. Porém, o protagonismo no Afropunk é sempre do público. Estamos ansiosos para ver a comunidade afropunker de Belém se encontrando nesse espaço de pertencimento”, completa Haloá.

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