CLIMA

Fumaça de queimadas no Brasil atravessa o oceano e chega até a África

 A fumaça das queimadas do Brasil e de outros países da América Latina cruzou Oceano Atlântico e chegou ao Sul da África, de acordo com informações levantadas pelo MetSul.

Grandes focos de incêndio atingem áreas do Parque Nacional de Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Grandes focos de incêndio atingem áreas do Parque Nacional de Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 A fumaça das queimadas do Brasil e de outros países da América Latina cruzou Oceano Atlântico e chegou ao Sul da África, de acordo com informações levantadas pelo MetSul. A presença de material particulado advindo dessa região foi detectada pela análise de satélites metereológicos feita pela Divisão de Aerossóis da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, a agência de clima do governo dos Estados Unidos.

As partículas suspensas no ar atmosférico teriam sido transportadas por meio de correntes de vento, capazes de percorrerem grandes distâncias em elevadas altitudes.

Ainda segundo o MetSul, o fenômeno pode ser explicado pelo número “excepcionalmente alto” de queimadas na região neste mês, liberando uma quantidade de poluentes suspensos na atmosfera muito acima do normal. A partir de monitoramentos feitos em colaboração com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), também foram identificadas nove localidades brasileiras que superaram a média histórica de queimadas de setembro inteiro apenas na primeira quinzena do mês.

De acordo com o levantamento, o estado com mais queimadas nesse período foi o Mato Grosso, com 14.659 focos de calor. Os estados do Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, São Paulo, Tocantins e o Distrito Federal também registraram recordes em números de incêndios neste mês.

Os incêndios na seca deste ano já levaram a 85 inquéritos na Polícia Federal por suspeita de origem criminosa. Mas os casos apurados até agora, inclusive pelas polícias civis, não apontaram ainda uma conexão para esses focos de fogo, suspeita levantada no mês passado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Saiba a seguir as histórias por trás do fogo que atinge localidades no Brasil:

Um incêndio em objetos reunidos por moradores em situação de rua que vivem debaixo do Viaduto Condessa de São Joaquim interditou a Avenida 23 de Maio, um dos principais acessos à zona Sul de São Paulo, na tarde de ontem. Uma coluna de fumaça preta tomou conta das pistas. Foram precisos dez carros do Corpo de Bombeiros e 30 homens para dominar as chamas, que não deixou feridos. Segundo a Defesa Civil do estado, os moradores de rua que iniciaram o fogo.

Um incêndio que no mês passado devastou duas reservas ambientais e encobriu o céu de Brasília com fumaça foi causado por quem diz ter sido treinado para combatê-los, segundo o inquérito sobre o caso: um homem de 50 anos que ameaçou com “facão” e “bala” os brigadistas bombeiros que chegaram para combater as chamas na chácara que pertencia a seu pai. Preso na quarta-feira, o homem disse que fez curso de brigadista em 1999 e “queria queimar galhos e lixos de forma controlada”.

No dia 25 de agosto, policiais militares prenderam Alessandro Arantes, de 42 anos, em Batatais (SP), com uma garrafa PET com gasolina perto de um foco de fogo. Ao ser capturado, Arantes afirmou ser integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). Na verdade, ele era um morador de rua usuário de drogas conhecido como “Molenga”, com problemas psiquiátricos que teriam se agravado com a morte da mãe. Ele já havia sido preso por vários outros crimes, como roubo, furto e homicídio.

Texto de: Rafaela Gama (AG)