'Obesidade Zero' completa quatro anos com mais de 1.650 cirurgias realizadas

O “Programa Obesidade Zero”, do governo do Pará, executado pela equipe multiprofissional do Hospital Jean Bitar (HJB), em Belém, foi criado em setembro de 2020 e, neste mês completa quatro anos com mais de 1.650 cirurgias bariátricas realizadas, transformando vidas e realizando sonhos.

O procedimento é uma das principais alternativas de combate à obesidade de grau 3, e trata-se de uma gastroplastia, que é a redução do tamanho do estômago, que aliada a outras medidas, gera a redução de peso necessária do paciente, que só é realizado pela equipe multiprofissional da unidade hospitalar que atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Ao longo desses quatro anos, o Programa Obesidade Zero tem sido um exemplo de compromisso com a saúde da população paraense. Estamos transformando vidas e oferecendo uma nova chance a muitos cidadãos. Continuaremos trabalhando para garantir que cada paciente receba o suporte necessário, promovendo saúde de qualidade em nosso estado”, ressalta a secretária de Estado de Saúde Pública, Ivete Vaz.

De acordo com a médica endocrinologista do HJB, Rafaela Miranda, a obesidade é uma doença crônica, multifatorial, complexa, altamente recidivante, por se tratar de uma enfermidade que provoca inflamação e caracteriza pelo excesso de gordura no corpo, a partir do cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC) acima dos 40 kg/m2 ou aquelas que possuam entre 35 kg/m² e 40 kg/m² com alguma das doenças relacionadas à obesidade, como diabetes, hipertensão arterial, gordura no fígado ou colesterol alto.

Entre estes usuários que realizaram a cirurgia está a paciente Sandra Pinto, 60 anos, da cidade Irituia, que fica a 170 km de Belém, realizou seu sonho ao fazer a sua cirurgia bariátrica recentemente, por conta de recomendação médica, em seu tratamento de diabetes. “Há 10 anos eu fazia tratamento contra essa doença. Então meu médico indicou a cirurgia bariátrica para melhorar minha qualidade de vida. Foi assim que eu comecei o meu tratamento pra fazer a cirurgia e graças a Deus consegui. Deu tudo certo. Só gratidão!”, relembrou a usuária que já chegou a pesar 130 kg.

A endocrinologista destaca que, quando a obesidade está instalada, ela apresenta uma série de alterações hormonais, metabólicas, que podem prejudicar a vida do indivíduo. “Com a obesidade existe um risco mais elevado da instalação de distúrbios metabólicos, como diabetes mellitus a hipertensão, colesterol, esteatose hepática, mais conhecida como fígado gorduroso, que são doenças silenciosas, não causam sintomas, mas estão relacionadas ao risco cardiovascular aumentado como infarto e/ou derrame, além de outras doenças relacionadas como distúrbios respiratórios, síndrome da apneia do sono, distúrbios reumatológicos, quadro de artrose, doença de gota, túnel do carpo, alterações menstruais, infertilidade, entre outras comorbidades, frisou a especialista.