Belém está no centro das atenções globais ao sediar o G20 Turismo, evento que reúne ministros do Turismo de diversas nações entre os dias 19 e 21 de setembro. Na abertura oficial do segundo dia do G20, que ocorreu na manhã desta sexta-feira (20), a relevância das discussões para o desenvolvimento do setor e sua contribuição para a economia global foi reforçada, destacando o impacto transformador que o turismo pode ter em regiões como a Amazônia.
Grandes nomes do setor estiveram presentes, como o ministro do Turismo do Brasil, Celso Sabino; o secretário-geral da ONU Turismo, Zurab Pololikashvili; o presidente do Conselho Executivo da ONU Turismo, Ahmed Al Khateeb; a presidente do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), Julia Simpson; e a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan Tuma.
Para a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan, o evento representa um marco para o estado e projeta o Pará no contexto dos principais destinos turísticos do país. Visando isso, de acordo com ela, o governo paraense tem implementado políticas de fortalecimento do turismo religioso, ambiental e cultural.
“O Estado do Pará entende que é um grande gerador de emprego e renda; o turismo quer inserir o estado do Pará como um dos destinos mais procurados do Brasil, e isso já está acontecendo. Nós temos informações de que, cada vez mais, essas políticas públicas visam não apenas a realização da COP 30 no próximo ano, mas sim um legado para o Estado”, disse.
O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou o papel de Belém e, sobretudo, do Pará no cenário global, através do reflexo positivo tanto do G20 quanto da realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30. Ele afirma que a COP representa uma oportunidade única para que possamos demonstrar o compromisso com os desafios, especialmente aqueles relacionados à sustentabilidade e o desenvolvimento urbano.
Ele mencionou as obras em andamento, como o Parque da Cidade, o Porto Futuro 2, saneamento do Ver-o-Peso e a recomposição da orla de Icoaraci, que fazem parte do legado deixado para os moradores de Belém, fomentando o turismo de lazer e gastronomia, por exemplo, “não se trata apenas de um evento global, mas de deixar um legado duradouro para os moradores”. Ele também elogiou a riqueza cultural e ambiental da região, acrescentando que “aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer Belém sairão daqui impressionados com a nossa gigantesca riqueza cultural, ambiental e histórica”.
Já Zurab Pololikashvili, secretário-geral da ONU Turismo, enfatizou o papel crucial do setor privado no desenvolvimento do turismo, afirmando que é impossível avançar sem essa colaboração. Ele reforçou que o turismo não se limita apenas ao G20, mas envolve mais de 40 delegações globais – que, de acordo com ele, representam o “G40” – e 75% da economia da indústria do turismo no mundo, sendo uma ferramenta poderosa para empoderar mulheres, que representam 44% da força de trabalho no setor, o crescimento do ecoturismo e combater a pobreza em áreas rurais.
“O turismo é uma força profunda para o progresso social, criando oportunidades e crescendo duas vezes mais rápido que o PIB de muitos países”, frisou Julia Simpson, presidente do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), durante a abertura. Ela também apontou que o crescimento no setor é acelerado, mas cabe a reuniões como esta a importância da conectividade de classe mundial para o desenvolvimento do turismo, salientando os desafios colaborativos, processo de vistos e infraestrutura e o impacto social colocados pelas novas tecnologias. Para formar o futuro coletivo, segundo ela, há uma palavra apenas: parceria.
PAPEL ESTRATÉGICO DA AMAZÔNIA
O G20 Turismo não só coloca Belém como um importante destino de discussões globais sobre o futuro do setor, mas também reforça o papel estratégico da Amazônia no turismo sustentável. O ministro do Turismo do Brasil, Celso Sabino, avalia o encontro ministerial como um momento oportuno para Belém, “na porta de entrada da Amazônia, um local que possui a maior biodiversidade do planeta”. Ele enfatizou que o turismo sustentável é a chave para gerar oportunidades para as populações que vivem nas florestas tropicais, e que o ecoturismo pode ser um meio democrático de distribuir renda e preservar o meio ambiente.
Conciliar o turismo ao apelo da sustentabilidade é necessário. Sabino diz que o turismo movimenta trilhões de dólares no mundo e é uma indústria limpa, que gera empregos nos lugares mais distantes e tem atraído visitantes; e o Brasil tem se destacado, superando, em 2023, todas as marcas do turismo interno e bateu o recorde de valores despendidos por estrangeiros ao visitar o país. “Valor superior a 34 bilhões de reais gastos por estrangeiros que visitaram nosso país no ano passado. Até julho deste ano, já passamos de mais de 4 milhões de estrangeiros, e estamos caminhando para dezembro para superar o recorde de 6,8 milhões de 2018″, detalhou.
Sobre a infraestrutura para o turismo, Sabino destacou os esforços para captar recursos e investidores. “O nosso foco está em melhorar a infraestrutura do Brasil, desde os projetos hoteleiros até o transporte aéreo e rodoviário, sempre com um olhar voltado à sustentabilidade”, explicou mencionando a importância do turismo resiliente, um conceito defendido pelo ministro da Jamaica, que visa preparar os governos para lidar com catástrofes climáticas e outras adversidades.