Rafael Rocha
Neste domingo (22), será o Dia Nacional de Combate ao Mau Hálito. A data busca a conscientização das pessoas sobre as causas e tratamentos contra a halitose. Cerca de 30% da população mundial convive com o incômodo do mau hálito, uma condição que afeta aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas globalmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No cenário brasileiro, a situação também não é muito animadora.
Cerca de 69 milhões de pessoas sofrem com a halitose recorrente, segundo estimativa da Associação Brasileira de Halitose (Abha). Apesar do número elevado, muitas vezes a halitose pode ser resolvida com intervenções simples, como reforço da higiene bucal e mudanças de hábitos alimentares. O mau hálito não é considerado uma doença, mas pode ser algum sintoma de problemas de saúde na própria boca ou em outras partes do corpo.
Aproximadamente 90% dos casos de halitose têm origem na cavidade bucal, sendo causados por condições como a inflamação nas gengivas (periodontite) e o acúmulo de bactérias e células mortas na língua. Outras condições que também podem estar associadas ao mau hálito incluem estresse, ansiedade, sinusites crônicas e distúrbios do sistema digestivo, correspondendo ao percentual de 10% de casos não orais, e requer um acompanhamento médico mais aprofundado.
Geralmente, quem tem halitose não percebe o mau odor devido ao fenômeno conhecido como fadiga olfativa, que é quando a pessoa se acostuma com o próprio odor e já não mais sente. No caso da halitose com origem na cavidade bucal, a cirurgiã dentista Marina Ramos ressalta que o mau odor é causado pela proliferação e acúmulo de bactérias no meio bucal.
Para mudar a situação, a especialista recomenda que, além da escovação dos dentes, também sejam usados na higiene da boca o fio dental e o limpador de língua. “O enxaguante bucal também pode ser usado para uma higiene mais completa, mas não substitui a escovação”, destaca Marina Ramos.
A cirurgião dentista alerta, ainda, para o consumo excessivo de doces, bebidas alcoólicas e cigarros, que podem contribuir para o surgimento da halitose. “O fumo pode causar a periodontite, que é a inflamação nas gengivas, uma das condições que causam o mau hálito”, comenta. A especialista ressalta também que o pouco consumo de água está associado ao mau hálito, assim como o hábito de ficar muito tempo sem comer.
O consumo de alimentos ricos em água também é recomendado para a prevenção da halitose, a exemplo do melão e melancia, com percentual de água de 90% e 95%, respectivamente. “São alimentos que ajudam a repor o pH neutro da boca e evitar o mau hálito caso você não consiga realizar uma escovação após a refeição”, destaca a cirurgiã dentista. A recomendação para uma boca saudável a fim de evitar a halitose é realizar a escovação 30 minutos sempre após cada refeição.
Uma dieta balanceada também ajuda a prevenir o odor na boca, a exemplo dos alimentos adstringentes que auxiliam na limpeza do organismo e na remoção de bactérias, como a maçã e a pêra. “Cuidar da higiene bucal é fundamental para prevenir a halitose, assim como cáries. Não devemos ser negligentes com a saúde da nossa boca e é sempre importante visitar o dentista de seis em seis meses”, recomenda a cirurgiã dentista.
Serviço
Recomendações para prevenir o mau hálito
- Uso de fio dental e boa escovação, limpando também a língua, após qualquer refeição
- Consulta ao dentista semestralmente
- Realização de bochechos com produtos antisépticos
- Ter uma dieta balanceada
- Beber pelo menos dois litros de água por dia
- Controlar o estresse
- Evitar o excesso de doces, álcool e cigarros