Neste sábado, 7, a partir das 17h30, os jovens do Complexo Encanto Grupo de Apoio Social (CEGAS), em Outeiro, vão assistir aos filmes de curta-metragem que produziram como alunos das oficinas de práticas iniciais no audiovisual, realizadas em dezembro último. A exibição dos produtos e realização dos processos de aprendizagem são resultado do projeto “Territórios do Audiovisual”, que capacitou os jovens da ilha de Caratateua e de mais duas comunidades da capital, a Vila da Barca e a Terra Firme.
Contemplado pelo Edital Prêmio Preamar de Cultura e Arte 2022, a iniciativa é da Clarté e Marahu Filmes, produtoras de Belém, que atuam no mercado audiovisual desenvolvendo e executando projetos em diferentes formatos, como longas-metragens de ficção, documentários e séries para televisão, com foco em contar histórias da Amazônia real. Além de produzirem o Marahu Lab, evento de mercado voltado para formação de profissionais da região Norte.
Para Antônio Pantoja, diretor do CEGAS, entidade filantrópica que atua há mais de 16 anos na ilha de Caratateua, oficinas como as ofertadas no projeto “Territórios do Audiovisual” são oportunidades de despertar novos profissionais. “A expectativa é que os jovens se reconheçam. Principalmente, vejam o resultado da oficina e criem uma expectativa do possível. Percebam que trabalhar com cinema não é uma coisa distante do jovem da periferia”, avalia.
No total, cerca de 60 jovens participaram das oficinas e cerca de cem pessoas, de 14 a 30 anos, em média, foram impactadas direta e indiretamente pelo projeto. Foram ofertadas aulas de “Roteiro e Novas Narrativas”, “Iniciação em Produção e Direção Audiovisual” e “Direção de Fotografia Criativa”. Adriana de Faria, Felipe Cortez e Igor Amaral foram os profissionais do audiovisual paraense que ensinaram sobre as vivências e técnicas por detrás das câmeras.
O intuito do projeto é ensinar não somente a formação técnica, mas também humanizada, como explica a coordenadora de Produção Executiva das produtoras Clarté Filmes e Marahu Filmes, Tayana Pinheiro. “O intuito principal do projeto foi alcançado, que foi de criar essa possibilidade para o fortalecimento do protagonismo social dos jovens, os possibilitando a encontrar caminhos profissionais e a contarem suas próprias histórias”.
A experiência da realização da oficina na Vila da Barca, que ocorreu em outubro de 2022, já deu frutos. O jovem Nilson Sérgio, morador de uma das maiores ocupações em palafita da América Latina, uniu o interesse pela fotografia com a oportunidade de formação e está cada vez mais tendo interesse e experiência na área, como conta a liderança da comunidade, Pawer Martins, músico, operador de áudio e produtor.
“Essas oficinas são boas porque a comunidade consegue ter um novo caminho. Temos o exemplo do Nilson Sérgio, um jovem morador que se interessa pelo tema e sempre faz oficinas quando surgem. Então, para ele, essa experiência nova de criar roteiro, produzir um tema foi muito importante para compreender toda a questão da produção antes até o resultado final. Sempre é bom ter oficinas de audiovisual dentro da comunidade porque são novas oportunidades”, avalia o artista e morador da Vila.
O desenvolvimento do projeto “Territórios do Audiovisual” no bairro da Terra Firme contribuiu com outro projeto que também trabalha o audiovisual no bairro, chamado de Cine Clube TF, realizado pela professora Lilian Melo. Como conta a articuladora na comunidade Kleidiane Souza, o encontro potencializou o que esses jovens já desenvolvem. “É muito importante esse processo de aprender, colocar em prática e fazer com que esses jovens sejam protagonistas desta produção”, reconhece.
*com informações da assessoria.
ACOMPANHE
Exibições “Territórios do Audiovisual’
Quando: Amanhã, 7, às 17h30.
Onde: Encanto Grupo de Apoio Social – Cegas (Passagem Combatente, Brasília, Outeiro)
Quanto: Gratuito