A seleção encerrou seus treinamentos em Curitiba e viajou para Assunção, onde, às 21h30, enfrenta o Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa 2026, nesta terça-feira. Mas foi a milhares de quilômetros deste eixo que saiu a notícia de maior impacto para a comissão técnica.
De acordo com a imprensa saudita, os testes físicos realizados em Neymar indicaram que ele ainda não está pronto para atuar pelo Al-Hilal. Mais: terá que adiar por dois meses seu retorno, o que implica também em sua ausência na Data Fifa de outubro. Um cenário que só aumenta a dor de cabeça de Dorival Júnior em relação ao setor. Sem um centroavante e sem ter encontrado a independência em relação ao camisa 10, o Brasil vai hoje para mais uma tentativa de encontrar um caminho.
Contra os paraguaios, a única mudança será justamente no trio de atacantes. Luiz Henrique, desta vez, vai começar no banco. Rodrygo passa a ocupar o lado direito, enquanto Endrick entra no time para ser o jogador mais centralizado. Com isso, Dorival tenta corrigir aquele foi um dos maiores problemas contra o Equador: a falta de uma referência na frente.
Endrick, no entanto, também não é um centroavante. Já mostrou que rende melhor como um segundo atacante, tendo mais liberdade do que um pivô. Só que a lesão de Pedro e a falta que um jogador como ele fez no último jogo obrigaram Dorival a buscar uma alternativa.
Esta será a primeira vez que o trio do Real Madrid formará o ataque titular da seleção. Algo que não ocorreu nem mesmo no clube espanhol. Até o momento, os três só tiveram alguns poucos minutos juntos com a Amarelinha.
Escalação próxima a esta foi testada na partida contra o Uruguai, pelas quartas da Copa América. Mas, com Vini Jr suspenso, Raphinha atuou ao lado de Rodrygo e Endrick. O resultado não foi o esperado. O primeiro passou despercebido. Já o atacante de 18 anos não justificou a expectativa no empate sem gols que terminou com o Brasil eliminado do torneio nos pênaltis.
Apesar disso, os dois são os principais artilheiros da seleção na Era Dorival. Tanto Rodrygo quanto Endrick possuem três gols cada.
Esta será a sexta formação diferente no ataque sob o comando do atual treinador. E a oitava desde que Neymar lesionou o joelho esquerdo, em outubro do ano passado.
Lidar com a falta de um centroavante de ofício tem sido tão difícil quanto superar a ausência do principal jogador da equipe. Mas, apesar do insucesso neste último caso, a perspectiva de contar com Neymar na próxima Data Fifa dava um prazo para esta dor de cabeça chegar ao fim. Com este novo imprevisto, o desfalque do camisa 10 do Al-Hilal completará um ano.
O adversário desta terça-feira, ao menos, traz boas lembranças. Foi contra o Paraguai que o Brasil teve sua melhor atuação com Dorival. Também foi o jogo em que o ataque mais balançou as redes. Vini Jr marcou duas vezes. Raphinha e Lucas Paquetá completaram.
Alçado a principal articulador da equipe desde a lesão de Neymar, o camisa 8 tem oscilado como meia mais avançado. Contra o Equador, fez bom primeiro tempo. Mas caiu de produção no segundo, assim como quase toda a equipe.
Paquetá está mantido entre os titulares hoje, no time que voltará a ter o meio de campo formado por ele, Bruno Guimarães e André. Atrás, Arana, que deixou o duelo contra o Equador reclamando de dor no quadril, treinou normalmente e vai a campo.
*Paraguai x Brasil
Paraguai: Gatito Fernández; Velázquez, Balbuena, Alderete e Junior Alonso; Villasanti, Bobadilla, Diego Gómez e Almiron; Julio Enciso e Isidro Pitta. Técnico: Gustavo Alfaro.
Brasil: Alisson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Guilherme Arana; André, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá; Rodrygo, Endrick e Vini Jr. Técnico: Dorival Júnior.
Local: Defensores del Chaco (Assunção, Paraguai).
Horário: 21h30.
Árbitro: Andrés Matonte (URU).
Transmissão: TV Globo, Sportv e Rádio CBN.
Rafael Oliveira/RIO (AG)