GERSON NOGUEIRA

Leão cede empate, mas avança

O resultado podia ter sido melhor. Três minutos antes de sofrer o gol de empate, o Remo teve a chance de matar o jogo

Foto: Samara Miranda/ascom Remo
Foto: Samara Miranda/ascom Remo

O resultado podia ter sido melhor. Três minutos antes de sofrer o gol de empate, o Remo teve a chance de matar o jogo. Jaderson entrou na área e tinha Rodrigo Alves livre na marca penal para receber o passe, mas errou no toque final e a bola saiu pelo lado. O castigo viria a galope. Cauã acertou um chute forte e venceu o goleiro Marcelo Rangel.

Mesmo tendo a lamentar ter desperdiçado a chance de emplacar a segunda vitória, o Remo fez uma boa partida e saiu de São Bernardo ainda mais forte na briga pelo acesso. Com 4 pontos, segue na zona de classificação, com duas partidas a realizar no Mangueirão.

O jogo começou sob a marca do equilíbrio, mas o Remo tentava se movimentar com desembaraço e avançavam as linhas sempre que se aventuravam no campo adversário. A primeira boa oportunidade pertenceu ao São Bernardo. Kayke bateu para o gol, mas Marcelo Rangel fez uma grande defesa.

A resposta azulina veio aos 31’. Ytalo herdou uma bola que a zaga deixou passar, mas disparou em cima do goleiro Alex Alves. Dez minutos depois, o gol saiu: a bola foi cruzada da esquerda por Jaderson e Ytalo chegou à frente dos zagueiros, finalizando para o fundo das redes.   

No minuto final da primeira etapa, nova arremetida do São Bernardo. Hugo Sanches cruzou da direita e Kayke cabeceou com extremo perigo. Marcelo Rangel saltou e evitou o gol.

Nenhum dos times mexeu na escalação para o 2º tempo e a partida reiniciou favoravelmente ao Leão. Aos 4 minutos, o ala esquerdo Raimar recebeu de Jader em profundidade, livrou-se da marcação e entrou na área para fuzilar no canto direito de Alex Alves, ampliando para 2 a 0.

O jogo era disputado com intensidade e, apesar da boa vantagem, o Remo não tinha sossego. Aos 11’, um arremesso lateral do São Bernardo quase terminou em gol contra de Rafael Castro, evitado por Marcelo Rangel.

Logo em seguida, porém, um escanteio da esquerda alcançou Kayke no segundo pau. Ele desviou para o centro da pequena área, onde o zagueiro Helder cumprimentou para o gol, diminuindo para 2 a 1.

Animado, o São Bernardo avançou suas linhas, trocou Lucas Tocantins por Luiz Felipe e aumentou a pressão com bolas aéreas. No Remo, Ligger se lesionou e foi substituído por Bruno Bispo e Paulinho Curuá substituiu Bruno Silva. 

Encolhido, o Remo se limitava aos contragolpes, perdendo a fluidez inicial. Aos 36’, Jaderson escapou em velocidade pela direita, invadiu a área e, na dúvida entre chutar e lançar Rodrigo Alves, tocou a bola sem direção, desperdiçando o que seria o terceiro gol remista.

No desespero, o São Bernardo fez uma jogada diferente dos cruzamentos repetitivos. Kauã Jesus recebeu na intermediária, avançou e chutou forte no canto direito da trave de Marcelo Rangel, que não alcançou a bola.

Nas circunstâncias, o empate frustrou o sonho de vitória, mas manteve o Leão na zona de classificação do Grupo B. Fica a lição quanto ao excesso de cautela quando o placar parece sob controle. A bola costuma punir recuos em terreno inimigo.

Papão aposta em Márcio para salvar a campanha

A decisão da diretoria do PSC foi surpreendente. Pelo suspense criado desde sexta-feira, quando Hélio dos Anjos foi demitido, ficou no ar a expectativa em torno de um nome mais forte. Era o que o torcedor esperava, mas o critério de manter o time em mãos experientes favoreceu a escolha de Márcio Fernandes, que passou pelo clube em 2022/2023.

O primeiro impacto foi negativo, pois trouxe a lembrança da goleada humilhante que o Vila Nova de Márcio sofreu diante do PSC na final da Copa Verde. Levou um 6 a 0 constrangedor dentro da Curuzu e foi demitido nos vestiários. O segundo jogo terminou 4 a 0, já sem Márcio, fechando a decisão em 10 a 0 no placar agregado.

A experiência é o único item que permite comparar Márcio com Hélio. Em termos de liderança, o novo técnico do Papão não tem a mesma contundência do antecessor. Conhecimento técnico para mudar uma situação desfavorável é um ponto mais destacado em Hélio, que comandou a reação do PSC na Série C do ano passado.

Para levantar o astral do time na Série B, é fundamental voltar a vencer. Márcio tem essa oportunidade diante do Guarani, no próximo sábado, na Curuzu. Terá a semana toda para treinar o time, buscando dar novas orientações e operando mudanças no campo emocional.

A torcida, que está dividida quanto ao novo comandante, vai marchar junto em caso de uma vitória para iniciar a esta etapa do trabalho. A volta de alguns titulares deve dar a Márcio as condições ideais para conquistar os três pontos e afastar a urucubaca.

Mais surpreendente que o anúncio de Márcio Fernandes foi a contratação do executivo Felipe Albuquerque, que saiu daqui a dois anos em meio a polêmicas e até alguns desaforos em relação à cidade. Em alguns lugares, jamais seria aceito de volta, mas isto aqui é Pará.

Brasil desafia Paraguai sob a descrença da torcida

A Seleção Brasileira volta a campo hoje à noite, em Assunção, diante da baixa expectativa da torcida. O adversário é um tradicional freguês, mas a realidade não inspira apostas muito otimistas. Contra o Uruguai, o Paraguai jogou bem e conseguiu arrancar um empate.

Dentro de seus domínios, o time paraguaio vai tentar sufocar um Brasil que perdeu três de seus jogos como visitante nestas Eliminatórias e não é visto mais com o temor de antes. Qualquer oponente se sente à vontade para encarar o opaco time de Dorival Júnior.

Não é para menos. Quem tem como principal articulador um jogador do nível de Paquetá, escoltado por Bruno Guimarães, não pode impor medo a ninguém. Diante do Equador, a distribuição de jogo e a parte criativa foram os pontos negativos, justamente porque o meio-campo não funcionou.