O Tribunal de Justiça de Pernambuco concedeu habeas corpus para Deolane Bezerra na manhã desta segunda-feira (9). A influenciadora agora ficará em prisão domiciliar. A mãe de Deolane, Solange Bezerra, seguirá presa.
Deolane conseguiu o “relaxamento” de prisão preventiva para prisão domiciliar por ter uma filha menor de 12 anos. Ela é mãe de Valentina, de 7 anos.
Segundo lei, gestantes ou mães de crianças até 12 anos que ainda não foram condenadas podem pedir substituição da prisão preventiva por domiciliar. A Lei nº 13.257, Marco Legal da Primeira Infância, foi sancionada em março de 2016. Outras duas mulheres presas na mesma operação seguiram para prisão domiciliar.
Solange Bezerra, mãe de Deolane, seguirá presa em virtude da operação. Nas redes sociais, Dayanne Bezerra, irmã de Deolane, disse que a prisão da mãe é “injusta” e “arbitrária”. “Minha mãe é inocente, não tem nada que justifique essa prisão. Enquanto a minha mãe tá presa, tem um monte de investigados milionários por aí”, reclamou.
PRISÃO
Influenciadora e a mãe, Solange Alves, foram presas na quarta-feira (4). As duas foram detidas durante a operação “Integration”, que tem o objetivo de identificar e desarticular uma organização criminosa voltada à prática de lavagem de dinheiro e jogos ilegais.
Operação que prendeu Deolane trouxe à tona investigação que começou em 2022. A apuração indicou a migração de indivíduos associados ao jogo do bicho – que é ilegal no Brasil – para os jogos online, conforme explicou Alessandro Carvalho Liberato de Mattos, secretário de Defesa Social-PE, em conversa com o Fantástico (Globo).
COMO DEOLANE TERIA PARTICIPADO DO ESQUEMA?
Famosa, que teve R$ 34 milhões bloqueados pela Justiça, teria aberto uma bet para lavar dinheiro. A casa de apostas foi inaugurada pela famosa em julho de 2024, com capital de R$ 30 milhões. Entretanto, segundo a investigação, a bet foi aberta com o intuito de lavar dinheiro de jogos ilegais.
Mãe da famosa teria sido usada no esquema. Solange teve R$ 3 milhões bloqueados pela Justiça. Conforme o Fantástico, em depoimento à polícia, ela teria dito que as movimentações financeiras são provenientes de publicidades. Entretanto, ela também teria dito “que não se recorda ou que desconhece” alguns valores.
“Você tem influencers, aquelas pessoas com milhões de seguidores. Se aquela pessoa vai na sua rede social e diz que aquilo é bom, que ela ganhou muito dinheiro jogando, quando não é verdade. O dinheiro que ela ganha não é jogando, é pago pela bet pra ela passar uma mensagem”, disse Alessandro Carvalho Liberato de Matos ao Fantástico.
Defesa de Deolane e Solange nega irregularidades. Em nota, a defesa de mãe e filha afirmou que “mantém plena confiança na justiça e que segue trabalhando incansavelmente pelo restabelecimento da liberdade [das duas], convicto de que suas inocências serão plenamente comprovadas”.
EMPRESAS DE APOSTAS
Darwin Henrique da Silva Filho e José André da Rocha Neto, responsáveis por empresas de apostas, são investigados na Operação Integration, que mira lavagem de dinheiro via jogos ilegais. Até o momento, as autoridades não divulgaram por completo a relação das empresas e das pessoas físicas investigadas na operação.
Darwin Henrique da Silva Filho é CEO da Esportes da Sorte, fundada em 2018. A empresa atua no ramo de apostas esportivas online. Ele já disse que sua atuação nas empresas de apostas esportivas vem de sua paixão pelo futebol.
A polícia apreendeu joias e dinheiro vivo no apartamento de Darwin Filho. No momento da apreensão realizada pelas autoridades, o empresário não estava no local, na zona sul de Recife. Darwin Filho e a esposa dele, Maria Eduarda, se entregaram à Polícia Civil de Pernambuco na tarde desta quinta-feira (5).
José André da Rocha Neto é dono da Vai de Bet, fundada em 2021. A empresa, registrada em Curaçao (local em que muitas empresas do ramo mantêm sede), fez parte de polêmica recente que culminou com a rescisão de contrato de patrocínio que a casa de apostas mantinha com o Corinthians.
Empresário tem elo com Gusttavo Lima. O cantor é patrocinador oficial e garoto-propaganda da Vai de Bet. Uma aeronave apreendida na Operação Integral está no nome da empresa Balada Eventos, de Lima, mas é operada pela empresa JMJ Participações, cujo proprietário é Neto.
A apreensão da aeronave foi confirmada pela assessoria de imprensa da empresa. A assessoria do artista afirmou que o avião foi vendido para a JMJ, mas ainda está no nome do cantor até a finalização dos trâmites burocráticos e de documentação.
Justiça bloqueou R$ 20 milhões da empresa de Gusttavo Lima, além do sequestro de todos os imóveis e embarcações que estão em nome da Balada. A empresa é suspeita de lavagem de dinheiro no âmbito da mesma operação, segundo informou o Fantástico (Globo), neste domingo (8).