“Com ou sem repolho?” Essa é uma pergunta comum para aqueles que saem pelas ruas de Belém em busca de um cachorro-quente. Nesta segunda-feira (9) é celebrado o Dia Mundial do Cachorro-Quente, lanche, que possui várias faces e gostos em muitos cantos do mundo. Por aqui, o famoso ‘dogão’ com salsicha é chamado pelo nome original ‘hot dog’, já a versão paraense do lanche, que faz a alegria da população, é feita com carne moída, salada de repolho e batata frita.
A receita original chegou ao país em 1926, e mesmo com tantos anos no mercado, o ‘dogão’ continua mais vivo do que nunca. Por mais que a culinária sofra adaptações e que se modernize a estrutura, basta um breve passeio noturno para encontrar diversos carrinhos, geralmente em uma esquina, oferecendo o tradicional pão com picadinho.
“Eu te confesso que sentar e comer um bom cachorro-quente é a oportunidade perfeita para estreitar os laços, porque você compartilha a experiência com o próximo. E como eu costumo reunir os mais íntimos para uma noite de cinema durante os finais de semana, a pedida é sempre um dogão”, afirmou Elizabeth da Costa, artesã.
Nos últimos 50 anos, os lanches de rua se consolidaram como um negócio que proporciona uma experiência gastronômica, responsável por conquistar o paladar de muitos. E nada melhor do que aproveitar uma noite agradável de comida boa e, em um local de qualidade, reputação essa que o Lanche do Paulo faz questão de manter.
“A carne crocante e a textura saborosa é o que mais chama atenção dos nossos produtos. E não é para menos. Temos a obrigação de focar em elevar a satisfação do cliente e nos dedicarmos a transitar entre os sabores, só assim para ofertar a máxima experiência gastronômica do cachorro-quente”, expôs Melry Dornelas, gerente.
No ramo desde 1990, o ‘Lanche do Paulo’ é responsável por garantir aos moradores da Av. Cipriano Santos, no bairro de São Brás, o item. “Damos atenção em preparar o cachorro-quente, tanto que usamos pelo menos oito quilos de carne moída por dia. O motivo é porque esse lanche tem muita saída, um dos que mais vendemos, e todos gostam”, contou Paulo Dornelas, proprietário e microempreendedor.
O aperitivo é bem-vindo na mesa dos apaixonados pelo lanche em diversas ocasiões. Do outro lado da cidade, na rua Domingos Marreiros, bairro do Umarizal, no ‘Lanche do Alex’, o que chama atenção é a adaptação do seu preparo.
Entre os destaques do cardápio estão o, x-hot, eggs-hot e x-eggs-hot, versões que ganham um gosto a mais quando acompanhados com os molhos da casa: calabresa apimentada, jambu, cheiro verde com orégano e a maionese de alho.
“Ofertar os mais diversos sabores é o nosso legado. Pensamos no cachorro-quente não apenas como um produto, e sim como uma iguaria que oferta as mais diversas sensações gastronômicas. Hoje a nossa maior procura é pelo x-leitão, e nos dedicamos a entregar o alimento com uma altíssima qualidade, tudo feito com muito cuidado e de forma especial”, esclareceu Alex Ribeiro, proprietário e microempreendedor.
Ideia que a professora, Gabi Cruz, faz questão de aproveitar. “Já virou tradição vir, ao menos uma vez na semana, comer aqui. É um lanche tão satisfatoriamente presente em minha vida que eu considero a oportunidade perfeita para saborear algo diferente, recheado e bem temperado. É algo que eu não abro mão, especialmente na volta para casa”, relatou.
Outro clássico é o Cachorro-Quente do Mário, localizado na Travessa Vileta. O local, que possui 50 anos de história, apresenta o tradicional: salada de repolho com maionese e picadinho no pão de chá. Mas, de acordo com o proprietário Mário Gonçalves, é a qualidade na hora da preparação que garante uma experiência única.
“O que diferencia a comida é o jeito que ela é preparada e os ingredientes. Aqui a salada de repolho é crocante, nova e a maionese caseira muito saborosa. O pão sempre novinho e a carne além de muito bem temperada é suculenta”, disse.
Referência desde 1976, a tradição foi passada de geração em geração. E, hoje, os responsáveis por comandar a cozinha e garantir a longevidade do cachorro-quente são seus filhos, filhas e netos.
“Tem que ser assim, afinal estamos falando não só de comida, mas de algo saboroso que se faz presente na vida das pessoas na cidade de Belém. Eu estou nesse ramo há muito tempo e não há quem não sente aqui, prove e não queira voltar. E isso foi um saber que eu passei para os meus filhos e hoje eles tão aqui, sempre comigo”, explicou Mário Gonçalves.
E para quem acha que a qualidade do produto é apenas história de vendedor, as longas filas que cercam o carrinho do Mário ecoam uma a opinião popular e comum de que o lanche é, de fato, uma refeição querida e essencial.
“É algo diferente da comida caseira, mas ainda assim tradicional para a gente que gosta de sair à noite e saborear o que a nossa região tem de melhor, e uma delas, com certeza, é o cachorro-quente”, afirmou o cliente Zé Matias.
Opinião que a dona de casa Anna Paula faz questão de destacar. “Eu amo desde o simples até o mais elaborado. Particularmente, eu gosto muito de sanduíche de leitão, mas eu gosto de me aventurar por todo o cardápio. E, sendo bem sincera, sempre que eu venho aqui é como se eu começasse o lanche pela primeira vez. A carne do cachorro-quente parece aquela cozinhada por mãe, sabe? Me deixa feliz e satisfeita”, contou.