Na tarde desta sexta-feira, 6, várias notícias circularam nas redes sociais dando conta que a influenciadora e advogada Deonale Bezerra teria conseguido um habeas corpus relaxando sua prisão em Recife.
Conhecida como Dra. Deolane, a influenciadora foi detida com a mãe, Solange Alves, no bairro de Boa Viagem, zona sul da cidade. A casa da família em São Paulo também foi alvo de buscas pela polícia, que apreendeu itens como relógios e dinheiro, segundo divulgou Dayanne Bezerra, irmã de Deolane.
Duas casas de apostas também foram alvo de busca e apreensão. As diligências aconteceram em Recife, Barueri (SP), Campina Grande (PB), Cascavel (PR), Curitiba e Goiânia.
Deolane passou a noite em uma cela reservada na Colônia Penal Feminina do Recife.
Antes de ser levada para o presídio, Deolane prestou depoimento no Depatri (Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais). Ao chegar a delegacia nesta quarta, a mãe dela passou mal.
Na quinta, durante a audiência de custódia, ela foi mantida presa junto com a mãe. E a defesa entrou com pedido de habeas corpus, mas o recurso ainda não foi julgado pela Justiça. Desta forma, Deolane continua presa. Segundo seu advogado, o habeas corpus só será avaliado na segunda-feira, 9, ou seja, a influenciadora passará mais uns dias na cadeia.
O CASO
- A investigação, segundo a Polícia Civil, foi iniciada em abril de 2023 para identificar e desarticular organização criminosa voltada à prática de jogos ilegais e lavagem de dinheiro. Conforme o inquérito, a quadrilha usava várias empresas de eventos, publicidade, casas de câmbio e seguros para lavagem de dinheiro, feita por meio de depósitos e transações bancárias.
- A operação resultou no bloqueio de valores em conta e aplicações financeiras de quase R$ 3 bilhões.
- Foram apreendidos 17 carros de luxo e 38 veículos restritos no Renajud, sistema online de restrição judicial de veículos criado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Também foram apreendidos mais de cem imóveis, quatro aviões e sete embarcações.
- Os investigados precisaram entregar seus passaportes, os portes de armas de fogo deles foram suspensos e os registros, cancelados.
- De acordo com o Ministério da Justiça, o suposto esquema começou com uma investigação de lavagem de capitais a partir da apreensão de R$ 180 mil reais em espécie em 1º de dezembro de 2022.
- “Foram movimentados, de janeiro de 2019 a maio de 2023, mais de R$ 3 bilhões em contas correntes, em aplicações financeiras e dinheiro em espécie, provenientes dos jogos ilegais”, disse o ministério, em nota divulgada nesta quarta.
- “O dinheiro era lavado por meio de depósitos fracionados em espécie, transações bancárias entre os investigados com o imediato saque do montante, compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias, relógio de luxo, além da aquisição de centenas de imóveis”, acrescentou a pasta.
- Os investigadores identificaram movimentações financeiras atípicas de pessoas físicas e jurídicas, que indicam “indícios de ilícitos financeiros, sem nenhum suporte para as transações comerciais e financeiras feitas pelo grupo”.
- Ainda conforme a investigação, a maioria dos integrantes tem padrão de vida totalmente incompatível com a renda e os bens declarados.
- A ação contou com a participação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e de 170 agentes de segurança pública dos estados onde ocorreram os cumprimentos dos mandatos de buscas e prisões.