FALOU E SAIU

"Meu cargo está sempre à disposição", disse Hélio antes de demissão

O Paysandu segue sem vencer na Série B.

O Paysandu perdeu e Hélio dos Anjos caiu. Foto: Wagner Almeida
O Paysandu perdeu e Hélio dos Anjos caiu. Foto: Wagner Almeida

Na coletiva de imprensa após a derrota de ontem, Hélio dos Anjos, até então ainda no comando do Paysandu, chamou a responsabilidade para si, lembrando que na situação em que se encontra o clube  há um desgaste natural dos jogadores na busca pela recuperação. “O jogador também sente o cansaço, o desgaste emocional, a lucidez morre um pouquinho”, comentou.

“A responsabilidade é minha. A gente sabe que, num momento como esse, a bola tá punindo porque é a fase. Mas, não posso questionar meus jogadores e ninguém pode questionar a dedicação que eles tiveram. Podem questionar a mim e devem, pois eu sou o responsável”.

O treinador admitiu que nove jogos sem vitórias pesam, e que em 40 de carreira ele nunca havia passado por isso. Mas, fez uma ressalva de que, mesmo com as dificuldades, o Paysandu se encontra fora da zona e já tendo superado situações mais complicadas. “O grupo de jogadores tem se dedicado muito e para o próximo jogo nós teremos à disposição todo mundo”, confirmou Hélio, que não deu de ombros para as reclamações de alguns torcedores e que isso mexe com ele.

“Não é fácil, e não é simples. No dia que eu não tiver emoção com a vaia eu não vou ter emoção para trabalhar. Eu detesto ser chamado de burro, detesto. Eu não sou o mais inteligente do mundo, mas eu tenho a inteligência natural daqueles que têm que saber como andar, e eu comando desde os 23 anos de idade, então eu aprendi mais na vitória do que da derrota, eu não quero aprender porra nenhuma na derrota. Mas, o momento é de dificuldade, não de matemática, de pontuação. A torcida cansa de dar apoio, mas ela entende que o time não deixou de se dedicar”.

Sobre as cobranças e comentários quanto à sua permanência no cargo, Hélio deixou claro que o tempo que tem de estrada no futebol já o preparou para quase tudo o que pode acontecer e que não vai mudar sua postura à frente do elenco. “Meu cargo está sempre à disposição do presidente do clube (…) Ninguém pode ser maior do que o Paysandu. Eu não sou maior do que o Paysandu, mas enquanto eu estiver aqui o Departamento de Futebol vai ter comando. Quem decide quem entra, quem fica, sou eu. Eu tenho minha forma de trabalhar, quem me contrata sabe que é assim”, disse. “Quero deixar bem claro que eu decidi com a minha comissão técnica agora, eu não mudo uma vírgula do que estamos fazendo nas decisões, nas posições”, finalizou o comandante bicolor.