Trayce Melo
É hora de organizar as finanças para as férias de dezembro e janeiro, garantindo que não afetem o orçamento familiar. Além disso, vale lembrar que o início do ano tende a gerar despesas extras, como a rematrícula dos filhos, a compra de material escolar e o pagamento de tributos como o Imposto Sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
A educadora financeira e especialista em finanças pessoais, Edelina Viana, ressalta que agora é o momento de ajustar as contas e entender como estão seus gastos, organizar os recursos. “Essa deveria ser uma preocupação constante ao longo do ano. Manter um controle das despesas, seja em uma planilha ou em um caderno, é fundamental para identificar como você tem utilizado seu dinheiro e descobrir oportunidades de economia. A planilha oferece uma visão clara sobre a destinação dos nossos recursos”, pontua.
Edelina Viana destaca que essa época do ano oferece uma excelente chance para se organizar financeiramente, visando festas e viagens. “É o instante perfeito para avaliar os gastos, eliminar despesas desnecessárias e intensificar a poupança. Algumas táticas simples podem criar um orçamento voltado para a viagem, aproveitar promoções com antecedência e modificar o estilo de vida para diminuir os custos mensais. Além disso, é fundamental considerar opções de rendimento adicional, como a venda de objetos que já não são utilizados. A chave é iniciar imediatamente e manter a disciplina”, orienta.
Ela enfatiza que essa fase também pode ser um perigo para o seu planejamento financeiro. Contudo, é viável economizar um pouco de dinheiro sem abrir mão de aproveitá-la.
“É um período repleto de datas comemorativas, especialmente para os paraenses, como o Círio de Nazaré, a Black Friday, confraternizações e as celebrações de fim de ano. A Black Friday, em particular, oferece uma ótima oportunidade para economizar, com descontos significativos. Contudo, é fundamental que as compras sejam feitas de forma consciente, evitando gastos excessivos que podem comprometer o orçamento e causar dificuldades na hora de pagar as contas”, esclarece.
“O ideal é elaborar uma pequena lista dos itens que você deseja adquirir e, especialmente, comparar os preços em diferentes lojas antes da data da compra. Dessa forma, você poderá verificar o valor que cada produto apresentava anteriormente e qual desconto foi oferecido para a data em questão, permitindo que você decida se realmente vale a pena comprar”, acrescenta.
Entretanto, o planejamento financeiro pode ser um grande parceiro na busca por tranquilidade, afirma Viana. “A chave é parar e analisar suas despesas. Não estamos aqui apenas para quitar contas; também podemos concretizar sonhos. É fundamental abordarmos o planejamento financeiro com maior responsabilidade e minimizar as chances de surpresas indesejadas”.
Planejamento financeiro
- A especialista destaca que estabelecer um planejamento financeiro nem sempre é uma tarefa simples. Por esse motivo, existem diversas técnicas de organização que podem tornar o processo mais fácil, entre elas a regra 50 30 20.
- Metade da sua renda líquida mensal deve ser alocada para despesas essenciais. Essas despesas fixas incluem contas como luz, água, aluguel, supermercado, transporte, plano de saúde e medicamentos. Para identificar o que realmente é essencial, é útil avaliar o que pode ser considerado supérfluo e o que é verdadeiramente indispensável na sua rotina.
- Já 30% da renda líquida mensal deve ser destinada a gastos não essenciais. Tudo o que não se enquadra na primeira categoria e não é vital para o dia a dia pode ser visto como gasto supérfluo. Isso abrange o café da manhã na padaria aos domingos, serviços de streaming, cuidados de beleza e compras on-line desnecessárias, entre outros.
- Recomenda-se que 20% da renda líquida mensal seja alocada a uma reserva financeira e à concretização de projetos futuros. Esse percentual é considerado o ideal para economizar a cada mês. Economizar é fundamental para garantir um montante reservado, que pode ser utilizado em situações de emergência, evitando a necessidade de recorrer a empréstimos ou a opções de crédito com altos custos, como o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito.