VAI QUE DÁ!

Bia Haddad tenta vaga inédita na semifinal do US Open

Primeira brasileira top 10 do mundo, Bia Haddad Maia atravessou 2024 sob uma instabilidade que se refletiu nos seus resultados em Grand Slams.

Primeira brasileira top 10 do mundo, Bia Haddad Maia atravessou 2024 sob uma instabilidade que se refletiu nos seus resultados em Grand Slams.
Primeira brasileira top 10 do mundo, Bia Haddad Maia atravessou 2024 sob uma instabilidade que se refletiu nos seus resultados em Grand Slams.

Primeira brasileira top 10 do mundo, Bia Haddad Maia atravessou 2024 sob uma instabilidade que se refletiu nos seus resultados em Grand Slams. Ela não foi além da terceira rodada no Australian Open e em Wimbledon e caiu na estreia em Roland Garros. Mas, no quarto grande ato da temporada, ela reencontrou seu melhor do tênis e, agora, pode chegar pela primeira vez à semifinal do US Open. Para isso, terá que passar pela tcheca Karolina Muchova, nesta quarta-feira, às 13h (transmissão da ESPN 2 e do Disney+).

A campanha de Bia já é histórica. Nenhuma brasileira havia chegado a essa fase do torneio desde Maria Esther Bueno, em 1968. O paralelo com a compatriota tetracampeã em Nova York dá a dimensão do feito da atleta de 28 anos, a mais bem-sucedida do país na modalidade desde o ex-número 1 Gustavo Kuerten.

Como costuma acontecer no tênis, o momento que Bia experimenta hoje é fruto de um processo. Desde que se consolidou entre as melhores jogadoras da WTA (a Associação de Tênis Feminino), no ano passado, ela passou a ser mais visada pelas adversárias de circuito. O grau de exigência subiu. Em virtude dessa mudança de status, ela, junto ao treinador Rafael Paciaroni, trouxe inovações ao seu estilo de jogo, o que demanda mais tempo de adaptação em meio a um calendário que não permite respiros.

– Está muito claro que a Bia colocou novas armas como variação de jogo. Ela dá mais curtinhas, sobe mais à rede, usa mais o slice , foge mais da esquerda para bater de direita. Quando ela entrou no circuito e se meteu no top 10, jogava excessivamente no meio, enquanto, hoje, abre mais ângulo e distribui melhor a bola – analisa Fernando Meligeni, ex-jogador, hoje comentarista.

O período de adaptação às mudanças no estilo de jogo varia para cada tenista. E as oscilações de resultado são, segundo Meligeni, parte natural de um processo cujo objetivo não é imediato e sim a longo prazo. Mas, enquanto atletas do topo do ranking perseguem essa “nova versão”, as críticas continuam baseadas nos resultados da semana.

Bia se mostrou segura da estratégia em quadra logo na estreia no US Open. Mesmo após perder o primeiro set para a armênia Elina Avanesyan, manteve-se confiante a ponto de aplicar um pneu (6 a 0) e virar um jogo que poderia mexer com o seu psicológico. Após a primeira rodada, a brasileira venceu mais três duelos, nos quais cedeu só um set. Seu desempenho se tornou cada vez mais convincente.

Para alcançar novamente uma semifinal de Slam, Bia – que chegou a esta fase em Roland Garros no ano passado – precisará bater uma rival de peso. Muchova, hoje número 52 do ranking, está de volta ao seu melhor nível após vários meses atormentada por uma lesão no punho direito. A tcheca de 28 anos, finalista em Paris no ano passado, já fez semis em Nova York (2023) e em Melbourne (2021).

Embora Muchova tenha ido mais longe em Slams nos últimos anos, Meligeni considera que Bia tem leve vantagem no duelo por conta de seu alto nível de confiança. Por outro lado, o histórico aponta um retrospecto de 3 a 0 a favor da tcheca, que tem um leque de opções ofensivas para complicar o jogo da brasileira.

– A partir das quartas de final, cada jogo é uma guerra. Bia tem uma pedreira pela frente, mas já mostrou que, quando está confiante, pode ganhar de qualquer uma. É uma partida dura taticamente, já que a Muchova é extremamente agressiva, saca e voleia muito bem, e é uma adversária completamente diferente das que a Bia enfrentou até aqui. Apesar de ser um jogo muito disputado, acredito mais na Bia – opina Meligeni.

Quem vencer o confronto desta tarde enfrentará na semifinal a polonesa Iga Swiatek, número 1 do mundo, ou a americana Jessica Pegula, que duelam às 20h desta quarta-feira.

Agência O Globo