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Lula nomeia novos chefes da Polícia Federal e da PRF

A PF chega a 2023 com mudança no comando e a troca da cúpula de confiança de Bolsonaro. Foto: PF/divulgação
A PF chega a 2023 com mudança no comando e a troca da cúpula de confiança de Bolsonaro. Foto: PF/divulgação

FABIO SERAPIÃO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo Lula (PT) exonerou nesta segunda (2) a cúpula da Polícia Federal indicada por Jair Bolsonaro (PL) e nomeou o novo diretor-geral da corporação, o delegado Andrei Rodrigues.

Também foi confirmada a nomeação de Antônio Fernando Souza Oliveira para o comando da Polícia Rodoviária Federal. As mudanças foram publicadas no Diário Oficial da União e são assinadas pelo ministro Rui Costa, da Casa Civil.

Embora tenha exonerado toda a cúpula anterior da PF, apenas o nome do novo diretor-geral foi oficializado.

Andrei ocupava até está segunda (2) a função de coordenador da segurança de Lula. Antes ele atuou na segurança da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2010 e era próximo do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

Delegado há quase 20 anos, ele foi secretário extraordinário de Segurança de Grandes Eventos, responsável pela Copa do Mundo em 2014 e pelos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, no Rio.

Como mostrou a Folha, o novo chefe da corporação já escolheu alguns dos nomes que irão compor sua equipe.

Para um dos principais cargos, o de Diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado, foi escolhido o delegado Ricardo Saadi.

A Dicor, entre outras áreas, cuida de investigações que envolvem políticos com prerrogativa de foro nos tribunais superiores.

Saadi chefiou a Superintendência da PF no Rio de Janeiro entre abril de 2018 e agosto de 2019 e foi exonerado do cargo em meio a suspeitas de interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Outro escolhido foi Rodrigo Morais Fernandes, que chefiará a DIP (Diretoria de Inteligência Policial). Ele foi responsável pela primeira fase das investigações do atentado a Bolsonaro nas eleições de 2018. O policial concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho.

Na lista de indicado pelo novo diretor-geral há duas mulheres. A delegada Helena Rezende Mazzocco foi escolhida para a Corregedoria-Geral e Luciana do Amaral Alonso Martins será a diretora de Ensino.

A nomeação do novo chefe da PRF, por sua vez, se dá após o recuo do ministro da Justiça, Flávio Dino, que chegou a anunciar outro nome para o posto.

Dino cancelou a indicação do policial rodoviário Edmar Camata para o comando da PRF após sofrer críticas.

Camata havia defendido a prisão de Lula e era entusiasta da operação Lava Jato e da atuação do ex-juiz Sergio Moro.

Antonio Fernando Oliveira, escolhido por Dino, foi superintendente da corporação no Maranhão, é formado em Direito e está na PRF desde 1994.

PF e PRF são as duas áreas mais sensíveis sob a tutela do Ministério da Justiça agora comandando por Flávio Dino.

A PRF entrou na mira da Justiça e foi alvo de críticas por causa de sua aproximação com o presidente Jair Bolsonaro.

O ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques é investigado pela PF por causa da atuação do órgão no dia do segundo turno, quando a corporação apertou o cerco contra o transporte público de eleitores, principalmente no Nordeste, e da suposta leniência no combate aos bloqueios e interdições de rodovias promovidos por bolsonaristas após resultados das eleições.

Já a PF chega ao governo Lula após passar pelas maiores crises de sua história durante o governo Bolsonaro.

A corporação teve quatro diretores durante o governo -maior número desde Fernando Henrique Cardoso- e foi alvo de suspeita de interferência de Bolsonaro que resultaram em investigações formais.