Diego Monteiro
O primeiro dia de janeiro começou com folia pelas ruas de Belém, depois que três escolas de samba abriram o ano com os tradicionais arrastões culturais, entre elas estão a Piratas da Batucada, do bairro da Pedreira; o Rancho Não Posso Me Amofiná, no Jurunas; e o Quem São Eles, que caminhou pelas ruas do Umarizal.
Agora, todos os domingos, as três agremiações realizarão o cortejo pela cidade, com uma programação totalmente gratuita e aberta para todos os públicos. Com a participação dos brincantes, esta é uma forma que as escolas escolhem para refinar o canto do samba-enredo e ajustar detalhes já com o pensamento para o Carnaval 2023 de Belém.
Com dezenas de pessoas reunidas, a atual escola de samba campeã de Belém, a Piratas da Batucada, aproveitou o primeiro arrastão do ano para, também, comemorar o 49º o seu aniversário, com um cortejo que saiu da avenida Pedro Miranda com a travessa Perebebuí e seguiu até o final da Aldeia Amazônica David Miguel, na mesma avenida.
Na ocasião, a escola do bairro da Pedreira contou com a participação do intérprete oficial da agremiação, o carioca Leonardo Bessa, ex-Salgueiro do Rio de Janeiro e ex-Acadêmicos de Tucuruvi. “A gente começa o ano cantando e levando alegria para as pessoas, pois isso faz parte da gente e da nossa história. Então, teremos outros momentos e quem vier já terá uma prévia do carnaval”, disse.
Para o carnavalesco Edson Barata, cada arrastão do Piratas da Batucada tem um sabor especial, além do que, o encontro é uma forma de divulgar para toda a sociedade os trabalhos desenvolvidos pelo grupo. “Queremos dizer para todos que, mesmo após dois anos de pandemia, continuamos vivos. Que possamos usar esse momento para celebrar a vida”, declarou.
RANCHODo outro lado da cidade, no bairro do Jurunas, a concentração foi na quadra do Rancho, que desde às 15h, reuniu centenas de foliões para um percurso que sai e termina na sede da escola. “Tudo isso resume exatamente a resistência, da luta para valorizar a nossa cultura. Tudo isso é pelo carnaval, pelo samba presente em nossas vidas, pois é dessa forma que nos sentimos alegres mesmo em um mundo onde a maldade cresce. Quem quiser chegar com a gente todos os domingo é só vir, pois a festa está garantida”, ressaltou o presidente do Rancho, Jackson Santarém.
Dona Celeste de Jesus, 61 anos, mora ao lado do ponto de partida do cortejo do Rancho e, mesmo em uma cadeira de rodas, a aposentada vai acompanhar todo o trajeto percorrido pelo bairro. “Na minha opinião esse é um dos meus momentos favoritos do ano. Sempre que posso acompanho, mesmo com todas as minhas dificuldades, mas é assim que eu me sinto bem”, relatou.
Cantores, bateria, porta-bandeira, mestre-sala e porta-estandarte da escola de samba Quem São Eles também foram para as ruas de Belém no primeiro dia do ano, junto com simpatizantes da agremiação. Ao todo, o grupo possui 76 anos de luta e história no carnaval da cidade, que neste ano apresentará o enredo sobre a Tuna Luso Brasileira.
A Praça Eneida de Moraes foi o ponto de partida do cortejo, rumo à sede da escola, na rua Almirante Wandenkolk. “Será assim todos os domingos, então não tem como errar. Claro que, às vezes, acontecem algumas intercorrências, mas quando há mudanças sempre damos um jeito de divulgar. Viva o carnaval! Viva o povo paraense! Vamos festejar”, frisou o vice-presidente do Quenzão, Luiz Carlos.