O baixo astral que assola o PSC nas últimas semanas, em função da sequência de sete jogos sem vitória, começa a afetar o ambiente do clube, como provam as cenas de pancadaria dentro do estádio da Curuzu depois do empate diante do Mirassol, na última segunda-feira.
Clubes de grandes torcidas sofrem mais do que os outros, pois precisam prestar contas. E, no futebol, esse tipo de prestação só é pago com vitórias, justamente o que anda faltando na campanha bicolor na Série B.
É bem verdade que o PSC teve um começo ruim na competição. Ficou exatamente sete partidas sem vencer – três derrotas e quatro empates –, o que gerou desconfianças quanto ao verdadeiro potencial do time.
O jejum foi quebrado, em grande estilo, contra o América-MG, que era então o melhor time do campeonato. Por 2 a 0, o PSC saiu vitorioso diante da Fiel torcida na Curuzu, mostrando força e organização.
Depois disso, a equipe viveu seu melhor momento, acumulando sete jogos de invencibilidade. Foi quando o Papão chegou à 9ª colocação, ensaiando uma arrancada rumo às primeiras posições. Ficou na vontade.
Logo em seguida, o time voltou a declinar tecnicamente, passando a sofrer nas partidas como visitante e também dentro de casa. Uma série de desfalques, por contusões e suspensões, prejudicou o desempenho, mas não explica por completo a derrocada que perdura até hoje.
A atual má fase está diretamente vinculada aos problemas extracampo, expostos pela primeira vez pelo lateral Edilson, à saída de campo após a derrota por 3 a 1 para o Grêmio Novorizontino, na Curuzu.
Nos bastidores, porém, a fogueira das vaidades estava a pleno vapor. No centro da confusão, um conflito explícito entre o técnico Hélio dos Anjos e o executivo Ari Barros. Diante do ultimato feito pelo treinador, a diretoria decidiu se livrar do executivo.
Por consequência, todos os poderes passaram a ser encampados pelo técnico, para o bem e para o mal. As divisões hierárquicas no futebol do clube ficaram nubladas, e desde então seguem do mesmo jeito.
Em campo, maus resultados têm o condão de aquecer ainda mais a temperatura. Nos três últimos jogos, o time sofreu com a ausência de titulares importantes. Derrotas (Brusque, Novorizontino, Santos e Avaí) e empates (Vila Nova, Botafogo-SP e Mirassol) empurram o Papão para a parte inferior da tabela e irritam o torcedor.
Para o jogo que pode exorcizar a crise, domingo, contra o Goiás em Goiânia, os desafios começam pelo excesso de baixas. Cazares está suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Lucas Maia, Léo Pereira, Borasi, Edinho, Jean Dias, Nicolas, Kevyn e Paulinho Boia estão lesionados.
As opções para compor meio e ataque são Yony González, Esli García, Ruan Ribeiro, Juninho, Robinho, Netinho e Brendan.
Superar as ausências, montar um time competitivo e surpreender o Goiás. É tudo o que o PSC precisa para conter o clima de insatisfação que já ameaça até a posição de intocável do técnico Hélio dos Anjos.
Incertezas na defesa preocupam o Leão
A evolução técnica que conduziu o Remo à classificação passa indiscutivelmente pelo desempenho da defesa, que se tornou uma das mais sólidas da Série C nas rodadas decisivas da primeira fase. O que antes era motivo de intranquilidade se tornou o ponto alto da equipe – apenas 2 gols sofridos desde a 14ª rodada.
Com os cartões recebidos por Ligger e Bruno Silva, o equilíbrio do sistema defensivo fica ameaçado, dependendo de novas configurações para que a equipe não sofra diante do 3º melhor ataque da Série C. O Botafogo-PB marcou 33 gols em 19 partidas.
A princípio, dependendo ainda dos treinos da semana, o Remo terá Bruno Bispo substituindo a Ligger e Paulinho Curuá (ou Adson) no lugar de Bruno Silva. Bispo foi titular em boa parte do campeonato, mas perdeu espaço com a chegada de Rodrigo Santana.
Curuá entra regularmente na equipe e já chegou a ser testado na linha de três zagueiros, em função do jogo aéreo. Para encarar o Botafogo sem modificar o sistema 3-4-3, é provável que o técnico prefira as substituições óbvias, entrando com Bispo e Curuá.
Record volta à Série A após acordo com Liga Forte
Um anúncio da Rede Record, anteontem, abalou as estruturas do modelo de transmissão de jogos da Série A. A emissora firmou acordo com a Liga Forte União para transmitir os jogos do Brasileiro a partir de 2025. Com contrato válido até 2027, Record volta à cobertura da maior competição do futebol brasileiro depois de 19 anos. Estimado em R$ 210 milhões anuais, o contrato cobrirá a transmissão de 38 partidas por ano.
Os principais times se dividem em dois blocos: a Liga Forte União e a Libra. A LFU inclui Atlético-PR, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Botafogo, Corinthians, Chapecoense, Ceará, Coritiba, Criciúma, CRB, Cruzeiro, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Sport, Vila Nova e Vasco.
A Libra tem acordos com ABC, Atlético-MG, Bahia, Brusque, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Paysandu, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo e Vitória. Caso o acordo com a Record se concretize, a Globo perderá a exclusividade na transmissão do Brasileiro.
Outra novidade: a Livemode, empresa que intermediou o acordo, negocia com o YouTube a transmissão das partidas em modelo pay-per-view. A Record, por sua vez, planeja montar uma equipe fixa de esportes a partir de janeiro de 2025.
A Liga Forte União sugere que as plataformas abertas exibam os jogos às quartas-feiras, às 19h30, ou aos sábados, às 16h. Além disso, a Record expressou interesse em explorar o filão dos domingos.