Os trabalhadores dos Correios conseguiram reajuste salarial e antecipação do pagamento do “vale-peru”, mas ainda esperam uma proposta da empresa para as regras de coparticipação do plano de saúde. A greve da categoria, que durou 16 dias e foi mediada pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), acabou na última quinta (22).
Segundo o acordo, os Correios que vão antecipar a primeira parcela do vale-peru de R$ 1.000 na folha de pagamento de setembro. O benefício é pago anualmente em dezembro. A segunda parcela, de R$ 1.500, será paga até o quinto dia útil de janeiro de 2025.
A empresa ofereceu um reajuste de R$ 260 para os funcionários que recebem até R$ 6.326 em valor bruto e de 4,11% para remunerações acima desse valor, a partir de janeiro de 2025.
Os trabalhadores não terão desconto dos dias parados, mas terão que fazer a compensação da jornada até que o serviço acumulado seja normalizado, informou o TST.
A mediação judicial foi solicitada pelos representantes dos trabalhadores. Ainda não há consenso quanto ao desconto da coparticipação do plano de saúde, uma das principais reivindicações dos trabalhadores, que consideram o custeio muito pesado. Ficou acertada a apresentação de um relatório final sobre o tema em 60 dias, e não em 90 dias.
Também houve alterações na cláusula da gratificação de férias e foi assegurado que não haverá impacto nas ações judiciais em andamento movidas pelos sindicatos, que reivindicam o pagamento retroativo da gratificação.
Os Correios também preparam para este ano um novo concurso público a ser realizado neste ano, com 3.468 vagas e salários que podem chegar a R$ 6.872,48. As chances serão para agente dos correios, com 3.099 postos, e analista dos Correios, com 369 oportunidades, que exigem ensino médio e superior, respectivamente. O salário de agente é de R$ 2.429,26. Não há data para as provas, mas o cronograma prevê que as contratações começariam ainda no mês de dezembro.
Segundo Douglas Ramos, diretor de comunicação do Findect e Sintect (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba), após as negociações e encerramento da greve, a empresa ainda não apresentou a minuta final com todas as cláusulas do acordo coletivo ou informou a data para assinatura deste acordo.
“Ao mesmo tempo que ela não apresentou essa minuta final, ela já está convocando os trabalhadores para poder compensar os dias da greve. Ficou meio contraditório. Nós estamos aguardando, mas ainda não foi formalizado o acordo coletivo”, disse.
LARYSSA TORATTI/SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)