Copinha começa no dia 2 com a presença de três clubes paraenses

Nildo Lima

Entra ano, sai ano e há 53 anos a tradição se mantém, com a Copa São Paulo de Futebol Júnior abrindo o calendário oficial do futebol brasileiro. Este ano, o maior torneio de futebol amador do planeta volta a ser disputado, contando com 128 equipes de todos os Estados e do Distrito Federal. Como acontece regularmente desde 1990, quando a Tuna Luso inaugurou a participação de clubes locais na competição, o futebol do Pará estará presente na Copinha. De lá para cá, foram 24 edições com clubes do estado.

Em 2023, o Pará terá três equipes na disputa: Clube do Remo, Parauapebas e Pinheirense. É a segunda vez na história que o Estado contará com este número de clubes em uma edição – a primeira foi em 2018, com Clube do Remo, Paysandu e Desportiva Paraense. Clube do Remo e Parauapebas entram no torneio por terem sido campeão e vice do Campeonato Paraense, categoria sub-20, respectivamente. Já o Pinheirense, vice do Estadual deste ano, é convidado da Federação Paulista de Futebol (FPF), promotora do evento, criado em 1969 pela prefeitura de São Paulo para marcar o aniversário da capital bandeirante.

Dos participantes locais deste ano, o Clube do Remo é o único que já esteve em outras edições da Copa SP, indo em 2023 para a sua 9ª participação. Em contrapartida, Parauapebas e Pinheirense estarão debutando na competição, aumentando para 10 o número de equipes locais no torneio a partir do início dos anos de 1990.

Os participantes da Copa São Paulo estão divididos em 32 grupos de quatro clubes cada, com o mesmo número de sedes. Os dois melhores de cada chave avançam à fase seguinte do torneio, que passará a ser disputada em sistema de mata-mata. A competição começa no dia 2, sendo encerrada no dia 25 de janeiro, data em que São Paulo estará comemorando 469 anos, efeméride responsável pela criação do torneio pelo jornalista Fábio Lazzari, em 1969, cujo campeão foi o Corinthians-SP, que é o maior vencedor da competição, com dez títulos no total, seguido por Fluminense-RJ e Inter-RS, com cinco conquistas cada.

Missão remista é superar a fase inicial

Em sua nona participação na competição, o Clube do Remo tentará a façanha de cumprir campanha superior à feita pelo time em 2010, quando atingiu a segunda fase do torneio. Nas demais participações, o Leãozinho jamais conseguiu passar da fase inicial. A missão de superação cabe ao time comandado pelo técnico Eivaldo Júnior, de 52 anos. O comandante da equipe remista admite que, em princípio, essa é a meta do grupo que comanda. “Vamos para São Paulo com a missão de superar a primeira etapa do torneio e aí, depois, é consequência, estudando o próximo adversário”, explica Eivaldo.

O técnico aponta o entrosamento do Leãozinho como ponto forte para cumprir uma boa jornada na Copa SP. “O grupo tem conjunto. São jogadores de uma geração de três anos e que estão em fase de finalização, com alguns dos nossos atletas fazendo a transição para o profissional”, detalha. “Acredito que esse conjunto pesa muito na leitura do jogo. Ter atletas que se conhecem bem, do goleiro aos atacantes, é bastante positivo para que o grupo fale a mesma língua”, diz Eivaldo.

O treinador admite que o Campeonato Paraense, no qual o Leãozinho é bicampeão, não pode servir de parâmetro para a Copinha. “Todo mundo sabe que as nossas competições estão em uma escala bem abaixo em relação a outros estados”, compara. “Na Copa do Brasil jogamos contra o Internacional-RS e o time deles vinha de 58 jogos, enquanto a gente estava para a 20ª partida. Então, faltam mais competições para os nossos clubes ou campeonatos mais longos”, recomenda.

O fato de o Clube do Remo ter de enfrentar, logo em sua estreia, o Fortaleza-CE, apontado como o principal favorito do Grupo 31, é na opinião do técnico um obstáculo a ser superado. “Sabemos que vamos pegar um time forte, de um clube bem estruturado, mas nossos atletas estão preparados. Tenho a convicção de que faremos uma boa estreia, mesmo enfrentando um adversário que é o mais cotado da chave a avançar para o primeiro mata-mata do torneio. Os nossos jogadores estão conscientes da missão que têm pela frente”, garante Eivaldo.

Gigante de Aço quer ir longe na competição

Tylon Maués