Bola

Ex-jogador do Remo guarda com orgulho foto de jogo com Pelé

Nildo Lima

Foram milhares os paraenses presentes no Baenão no dia 29 de abril de 1965. E nem poderia ser diferente, afinal de contas Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, que levaria o Brasil, mais tarde ao tricampeonato mundial de futebol, fazia a sua primeira apresentação em gramados paraenses. Se fora de campo, nas arquibancadas do estádio, a emoção dos torcedores era grande, dentro das quatro linhas a satisfação dos jogadores azulinos era a mesma por enfrentar e assistir ao “maestro da bola” reger a orquestra so Santos-SP, que acabou vencendo o Leão por 9 a 4 e, óbvio, com um show particular, sendo autor de cinco gols.

Um dos jogadores remistas presentes na grande festa foi o ex-atacante Jaster, que estava chegando ao Baenão, após deixar o Combatente, clube, hoje, extinto. Com 82 anos atualmente, o ex-jogador tem bem vivo na memória o grande momento que viveu naquela quinta-feira de abril. “É uma coisa que não dá para esquecer”, diz Jaster, cujo nome verdadeiro é Jasti. “O Baenão estava lotado de torcedores, todos querendo ver o Pelé e a sua categoria” recorda. Em campo, o Rei do Futebol, conforme lembra Jaster, “deu um show, algo sensacional.” A visita do Santos trazendo Pelé a Belém deixou um registro que é motivo de orgulho para o ex-jogador azulino.

Momento histórico em 1965 é guardado na memória de Jaster – Foto: Arquivo Pessoal

“Sou o único jogador que participou daquela partida que tem uma foto ao lado do Pelé”, ufana-se o ex-atacante. “Mesmo sendo torcedor da Tuna Luso, ter esse registro ao lado do Rei é motivo de orgulho”, comenta Jaster, que estava no Paysandu quando Pelé enfrentou o Papão, na Curuzu. “Só que naquele jogo eu não participei, pois o Paysandu já estava com sua equipe montada quando cheguei”, explica. Voltando ao jogo do Baenão, Jaster, que dividia a carreira de jogador com a profissão de açougueiro, lembra do último gol marcado por Pelé na vitória do Peixe sobre o Leão.

“Ele tabelou na canela do Socó”, conta o ex-atacante, que passou pela Tuna Luso, Combatentes, Clube do Remo e Paysandu, entre outros clubes locais. A história da tabelinha, sempre contada na frente de Socó, deixava o zagueiro azulino, que trabalhou no Mangueirão por vários anos, encabulado, sem que ele, no entanto, sequer esboçasse negar o ocorrido. “Após o jogo, o Pelé foi aplaudido de pé pelos torcedores e nós, os jogadores do Remo, o reverenciamos. Ele abraçou todos os adversários, sempre com um largo sorriso. Depois, ele ainda deu a volta em torno do gramado, acenando para os torcedores, que não arredaram pé do estádio”, recorda Jaster, cuja foto com Pelé, devidamente emoldurada, ornamenta a sala de sua casa.