Paysandu e a luta pela reabilitação

Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu
Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

O Papão precisa derrotar o Avaí hoje, em Florianópolis, para superar a fase negativa, que deixou o time próximo da zona de rebaixamento e abalou a confiança do torcedor. Depois de três derrotas – Brusque, Novorizontino e Santos – e dois empates, com Vila Nova e Botafogo-PB, a expectativa é por uma reação diante do 7º colocado na Série B.

Não é uma situação desesperadora, afinal ainda restam 17 rodadas para o término do campeonato. O problema é que em competições de ponto corrido há uma necessidade permanente de regularidade. O PSC não conseguiu manter uma sequência positiva capaz de colocá-lo em zona segura da classificação.  

Todos os times passam por oscilações, mas a maioria já experimentou períodos de alta, que permitiram uma aproximação com o G4. O próprio Avaí já viveu essa condição, frequentando a parte de cima da tabela. Tenta agora voltar a brigar pelas primeiras posições. O primeiro passo foi o triunfo sobre o Santos, na Vila Belmiro, na última rodada.

Já o PSC tem vivido de espasmos. O melhor momento foi quando conseguiu ficar invicto por sete rodadas, chegando ao G10.

O jogo traz um desafio ainda maior para os bicolores devido à ausência de peças importantes. O volante João Vieira, o zagueiro Lucas Maia e o lateral-direito Edilson, todos titulares, estão fora do confronto, o que torna a tarefa de superar o Avaí ainda mais complicada.

Além disso, Paulinho Boia também está contundido e o técnico Hélio dos Anjos está suspenso e será substituído pelo filho e auxiliar, Guilherme. A ausência do comandante à beira do campo é um problema sério para a maioria das equipes. No caso do Papão, o problema é menos grave porque desde o ano passado isso já ocorreu em pelo menos seis ocasiões.

A boa notícia fica por conta do retorno confirmado de Nicolas ao comando do ataque. Melhor ainda: volta completamente recuperado, ao contrário do ocorrido no jogo com o Santos, quando atuou visivelmente sem condições ideais e acabou se envolvendo pouco com as ações ofensivas.

Com Nicolas, ganha toda a estrutura de ataque do time. O simples fato de ter um definidor atuando na linha de frente já é um fato tranquilizador para a equipe que mais perde gols na competição (19 chances desperdiçadas até agora).

A defesa terá Carlão no lugar de Lucas Maia e dependerá mais uma vez da excelente fase vivida pelo goleiro Diogo Silva, fundamental no jogo com o Botafogo, quando garantiu a vitória com duas defesas milagrosas no final.  

Números favorecem azulinos, mas batalha será duríssima

Os sites de projeções apontam o Remo com 65% de chances para obter a classificação, mas a realidade diz que, para superar o São José, será preciso jogar da mesma maneira sólida e confiante vista na vitória sobre o Londrina, no Mangueirão. A tarefa é complexa, a começar pelo fato de que o campo de jogo em Porto Alegre é possivelmente o pior de todas as divisões do Campeonato Brasileiro.

Um “gramado” sintético mal ajambrado, que mais parece um carpete de segunda mão, espera pelos azulinos no sábado à tarde. Vencer esse obstáculo é o primeiro passo para conquistar um triunfo diante do animado São José, primeira equipe rebaixada da competição, mas surpreendentemente invicto há três partidas.

Coisas habituais do sempre misterioso e catimbado futebol brasileiro, onde a distribuição de incentivos financeiros (na forma da tradicional “mala branca”) é algo tão despropositado como aceito naturalmente por todos os envolvidos. As especulações rondam os times que estão na briga desde a semana passada e devem se acentuar às vésperas da rodada final.

Ao Remo, cabe apenas procurar fazer o seu melhor jogo – o já citado triunfo sobre o Londrina. Foi a primeira vez que a equipe manteve o mesmo rendimento nos dois tempos, sem recuos ou hesitações. Para tanto, foi fundamental o desempenho do trio de meia-cancha formado por Bruno Silva, Jaderson e, especialmente, Pavani.

O time tem no camisa 7 seu jogador mais estratégico e o que melhor se adaptou ao sistema de três zagueiros. Com a responsabilidade de organizar as saídas rumo ao ataque, Pavani tem cumprido magistralmente esse papel. A atuação contra o Londrina confirmou a boa fase.

Forma com Jaderson uma dupla afiada e que se entende bem tanto na construção quanto na proteção à defesa. Bruno Silva chegou e começou a se encaixar, tendo feito sua melhor performance na última partida, quando cuidou do combate e participou ativamente da troca de passes com Pavani e Jaderson.

Diante do São José, Bruno terá um papel importante, exibindo e colocando à disposição do time a experiência acumulada em mais de 20 anos de estrada. Para um jogo previsivelmente difícil, nada como um capitão que consiga estabilizar a equipe e contribua para controlar as ações.

Pesquisa nacional coloca o Leão à frente do Papão

De vez em quando, surgem pesquisas medindo a popularidade dos times brasileiros, quase sempre adotando uma metodologia que não corresponde à realidade de cada região. Nos últimos tempos, o tamanho das torcidas é calculado dentro do mesmo balaio dos grandes clubes nacionais.

O levantamento foi feito pelo instituto AtlasIntel, em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo, e apontou o Remo como dono da maior torcida da região Norte do Brasil. O Leão é o 21° com mais torcedores no país, com 0,7% dos entrevistados, seguido pelo Paysandu (22ª), com 0,6%.

Denominada “Pulso do Torcedor 2024”, a pesquisa recebeu 7.374 respostas pela internet, entre 1 e 5 de agosto, registradas em 1.341 municípios por todo o Brasil. A margem de erro é de 1%.

O Leão surge, ao lado do ABC de Natal, como o time da Série C com mais torcedores, sendo que os potiguares têm os mesmos 0,7% dos azulinos, e estão curiosamente três posições acima no ranking. Já o Papão está no Top-5 das maiores torcidas da Série B.