Uma data muito esperada para a maioria das meninas, o aniversário de 15 anos marca um novo ciclo na vida da adolescente, com uma série de significados. O baile de debutante, um belo vestido e a valsa fazem parte dos sonhos. Para Sabrina Ferreira, a celebração dessa data tão importante não foi rodeada de amigos e familiares. O cenário foi diferente, dentro do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém, mas ela vivenciou esse momento especial na tarde desta terça-feira (27).
Sabrina reside na comunidade ribeirinha Coqueiro, no município de Sebastião da Boa Vista, no Arquipélago do Marajó. Até maio deste ano, ela levava uma vida tranquila, jogando futebol e passeando de canoa. Em junho, tudo mudou de forma repentina, quando ela começou a apresentar dores nos ossos, falta de apetite, queda de cabelo, náuseas, febre alta e pequenas manchas pelo corpo.
Os exames atestaram uma forte anemia, diabetes e colesterol, mas a mãe da adolescente, Aldenise Ferreira, 35 anos, queria investigar melhor os sintomas. Elas enfrentaram 12 horas de viagem de barco para realizar novas análises em Belém. A anemia foi confirmada. Porém, mesmo usando medicamento para tratar a deficiência nos níveis de hemoglobina, Sabrina não melhorou e teve que voltar à capital.
Por meio de uma investigação diagnóstica realizada pela Fundação Hemopa, ela foi diagnosticada com leucemia. “Foi o pior dia da minha vida. Fiquei com muito medo, porque perdi um filho em 2010. Mas não vou perder minha fé. Hoje, ela passou pela primeira terapia, uma quimioterapia intratecal. Sei que Deus vai dar a cura pra minha filha igual deu pra muitos aqui. Ela tem se mostrado muito forte”, disse Aldenise.
O aniversário de Sabrina havia sido programado conforme a vontade da adolescente. Até mesmo o vestido havia sido comprado. Seria a terceira festa realizada pela família, já que Sabrina é a caçula de três irmãs.
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A história chegou até a enfermeira Daniele Nobre durante uma conversa com Aldenise. “A paciente chegou pra gente há cerca de duas semanas. estabelecemos um vínculo de confiança com a mãe, a qual sinalizou a programação da festa na cidade delas. Ela perguntou como seria o plano terapêutico, se a filha receberia alta. Mas por ser um caso novo, essa possibilidade está descartada. Então, articulamos com as equipes de Humanização e Multiprofissional para possibilitar esse momento de felicidade. A data não podia passar em branco. Tudo foi preparado com muito carinho”, contou a enfermeira.
Cercada por familiares e profissionais do Hospital – unidade de alta complexidade em Oncologia -, Sabrina celebrou a chegada dos 15 anos. Para Bianca Dominguez, da equipe de Humanização, é uma satisfação enorme vivenciar ocasiões especiais com os pacientes e familiares.
“O nosso papel é trazer alegria e conforto, uma esperança a mais. Sabemos o quanto é importante uma festa de 15 anos, principalmente para ela, que sonhava com esse dia. Não foi como esperavam devido ao quadro de saúde da paciente, mas nos dedicamos ao máximo para que tivessem essa oportunidade de estar juntos, em família”, acrescentou.
Fonte: Agência Pará
