Sapucaia Filmes faz mostra de curtas-metragens em Bragança

TEXTO ALINE RODRIGUES

Mostrar o cinema produzido no Pará, principalmente na região bragantina, é o objetivo principal da Mostra Curta Sapucaia Filmes, que acontece hoje, 27, a partir das 19h, no Teatro do Liceu da Música, em Bragança.

Com seis curtas-metragens, a mostra é uma realização da Sapucaia Filmes em parceria com a coordenação do Liceu da Música de Bragança (UEPA) Campus XXI, que tem à frente o professor Cláudio Trindade.

“A ideia é aproveitar o público que fica na cidade devido à festividade de São Benedito. Como o Liceu é parceiro de várias produções nossas, fizemos uma curadoria de filmes produzidos e coproduzidos pela Sapucaia Filmes e a ideia é continuar em 2023, com mostra de outros realizadores”, diz San Marcelo, idealizador da mostra, junto com professor Cláudio Trindade.

TERROR E SUSPENSE ESTÃO PRESENTES

Um dos curtas que está na programação é ‘Manga’, uma produção dos diretores Cícero Pedrosa Neto e San Marcelo, baseado no conto do advogado e escritor paraense Hugo, que fala sobre o sentimento de vingança que surge após Dani, o protagonista, comer uma manga. Aos poucos algo toma seu corpo, um ser maligno. Mas, o questionamento do curta paira em quem realmente possui quem.

“‘Manga’ é um terror/suspense psicológico que trata de certa maneira de fantasmas e lugares que se ocupam na vida. Aquilo que você alimenta, você o faz crescer dentro de você. No fundo, tem uma espécie de vingança atrelada aos personagens e também de descobertas”, diz San Marcelo.

Outro curta que será exibido ao público é “Café das Almas”, uma adaptação de um “causo” que aconteceu ou pelo menos se fala que aconteceu em Bragança, no tempo da estrada de ferro, na qual um homem que era dono de um boteco e vendia café nas madrugadas, se depara com uma visagem. “Nesse a gente toca no ‘ver para crer’, na questão da descrença, no ceticismo do personagem principal”, acrescenta San Marcelo.

CANTIGAS DE RODA E MEMÓRIAS EM CURTA-METRAGEM

A mostra terá ainda “Cantos do Gurupi”, dirigido por Judite Nascimento, que fala sobre a infância a partir de pessoas experientes que viveram suas brincadeiras de forma analógica, na natureza, nos quintais e também sobre a musicalidade dessas infâncias.

Segundo Judite, que também é cantora e musicoterapeuta, poder mostrar o filme é realizar um sonho. “Valorizar a cultura do meu lugar era algo há muito tempo cogitado por mim. Sempre me interessei em deixar algum registro sobre São José do Gurupi, em especial sobre as brincadeiras e cantigas de roda, que são foco principal do filme, as quais fizeram parte de minha infância e que passaram por várias gerações, por meio de tradições orais, o que contribuiu para a minha formação atual”, destaca. “Participar da mostra da Sapucaia Filmes me dá uma alegria tão grande, e uma sensação de dever cumprido, pois jamais imaginei que esse começo fosse ter tal repercussão e visibilidade”, completa Judite, que estreia na direção com este projeto.

A exibição terá ainda “Benzedeira”, “Madá”, e “Mangues, Mundus” na programação que tem parceria do Projeto Mangues da Amazônia, Projeto Aluno Repórter, a Imprensa na Escola Rádio e TV, e da Secretaria de Cultura e Desporto de Bragança.