Carol Menezes
O incêndio que já dura cinco dias no lixão do Aurá, em Belém, está mobilizando organizações não-governamentais (ONGs) e outras entidades solidárias a buscar doações e atendimento médico para as cerca de 200 famílias que trabalham no local e que começam a passar mal por causa da intensa fumaça que toma conta da área. Quem mora no entorno também já começa a sentir os efeitos das queimadas, efeitos esses já sentidos em diversos outros bairros da capital paraense, especialmente ao amanhecer.
A presidente da ONG Pará Solidário (@parasolidario no Instagram), Sofia Paz, esteve ontem, 19, segunda-feira, no lixão e gravou vídeos mostrando a situação dos trabalhadores enquanto distribuía máscaras N95 e fazia um rápido cadastro de quem estava ali para uma futura entrega de cestas básicas. Além do mal estar respiratório sentido pelas pessoas, as principais queixas se referem a falta de alimento.
“Fizemos uma ação de emergência junto às famílias diretamente por esse incêndio que começou ainda na sexta, 16. Fizemos um levantamento e são 200 famílias que estão lá em cima ainda trabalhando, porque se elas ficarem sem trabalhar elas não tem o que comer. São muitas pessoas passando mal, a fumaça é muito forte, o olho logo começa a arder, dá dor de cabeça, falta de ar, é instantâneo. Os cinco minutos que fiquei lá foram suficientes para eu já sentir tudo isso. O caso é muito sério, as pessoas tem que se unir para fazer alguma coisa, principalmente de uma maneira que elas possam passar por esse período sem precisar subir lá no lixão”, informa Sofia em um vídeo enviado à reportagem.
A ONG está arrecadando máscaras, alimentos e água, e apela também pela possibilidade de um abrigo temporário para essas famílias. Doações em dinheiro podem ser feitas pelo pix/cnpj: 42.188.138/0001-06 (Associação Civil Pará Solidário). É pedido ainda o apoio de médicos voluntários que possam avaliar os danos à saúde de quem mora na vizinhança, já que ontem houve muitas queixas de mal estar, principalmente de idosos e crianças. Quem puder ajudar pode entrar em contato pelo número/WhatsApp 91-99170-2926.
Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) informou que monitora o caso e que vai oficializar à Secretaria Municipal de Saneamento, responsável pelo espaço, para que se manifeste sobre o ocorrido.
Já o Corpo de Bombeiros Militar do Pará e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil comunicaram que trabalharam no combate ao incêndio na sede do lixão do Aurá, durante todo o final de semana. A fumaça chegou à superfície por volta das 5h da manhã desta segunda-feira, (19). A corporação está providenciando apoio para revirar o entulho do local e combater os focos de incêndio.